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Centrais e oposição pressionam por reajuste do mínimo


Folhapress, de Brasília

Enquanto centrais sindicais e associações de aposentados pressionam o Legislativo por um reajuste de R$ 580, a oposição intensifica o lobby no Congresso Nacional para fixar o valor em R$ 600. Ontem à tarde, lideranças da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) reuniram-se com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e com o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para reivindicar o aumento do salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 580.

A proposta de Orçamento enviada pelo governo ao Congresso prevê o mínimo em R$ 538,15. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que um reajuste que leve o salário mínimo acima de R$ 540 dependeria de uma decisão política. De acordo com a pasta, a cada aumento de R$ 1 no salário mínimo, o impacto no Orçamento é de R$ 286,4 milhões.

“O Paulo Bernardo está olhando o Brasil com olhos de 2009”, alfinetou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, em referência à pequena variação negativa do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.

O parlamentar apresentou duas emendas ao relatório preliminar do Orçamento de 2011: uma delas fixa o salário mínimo em R$ 580; a outra defende a correção das aposentadorias acima do mínimo em 80% do índice utilizado para correção do benefício. A proposta original do governo não prevê nenhum reajuste para as aposentadorias.

O líder do Democratas na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), também apresentou à Comissão Mista de Orçamento uma emenda para garantir o valor do mínimo em R$ 600. O reajuste do mínimo foi uma das principais bandeiras de campanha de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto.

A emenda do líder do DEM aproveitou o aumento de previsão da receita para 2011 para destinar mais recursos para o aumento do salário mínimo.

Bornhausen apresentou ainda um projeto de lei que fixa o mínimo em R$ 600 a partir de 1º de janeiro. A proposta foi entregue na terça-feira à mesa da Câmara e terá tramitação normal na Casa.