Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Em quase 20 anos, carga horária do trabalhador reduz 10,7%


Camila Campanerut, repórter em Brasília

 

Um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em Brasília, aponta que, no período de 1988 a 2007, houve uma redução na carga horária do trabalhador brasileiro de 10,7%, de 44,1 para 39,4 horas semanais.

 

O setor com maior redução na carga horária trabalhada foi o agrícola, 26,3%. Em 1988, a média era de 45,6 horas semanais e em 2007, o índice ficou em 33,6 horas. 

 

Por outro lado, o setor de transportes apresenta a maior carga horária semanal média de trabalho, 46,2 horas; seguido dos serviços industriais, com 44,7 horas.

 

Para o presidente do IPEA, Marcio Pochmann são três as justificativas por esta queda.  São elas: “a redução do trabalho infantil no campo, a entrada maior do desenvolvimento tecnológico nas produções, em especal voltadas para o mercado externo, que permitiu mais produtividade com menos mão-de-obra, e a incorporação de trabalhadores idosos na Previdência, foram cerca de 6 milhões de trabalhadores”, afirma.

 

A análise tem como base as da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD) do IBGE, respondida pelos próprios trabalhadores, empregadores e autônomos.

 

Gênero e idade

 

O levantamento do IPEA revelou que as mulheres trabalham 35,1 horas semanais, em média, 17,6% a menos que os homens (42,6 horas semanais). Apenas entre as mulheres, a queda no período de quase 20 anos foi  11,1%. Entre os homens, a baixa foi de 10%.

 

No mesmo período, os empregados com mais de 55 anos trabalham 18,5% a menos por semana. Já na faixa etária entre 24 e 40 anos, a redução foi a menor, de 7,8%.

 

Escolaridade

 

Apesar de o mercado exigir cada vez mais o investimento no aperfeiçoamento do trabalhador, aqueles com maior escolaridade não puderam gozar da diminuição geral da carga horário semanal. Aqueles com 11 anos ou mais de estudo trabalham apenas 1,2% a menos do que se trabalhava há 20 anos, o equivalente a 39,4 horas por semana em 2007.

 

O oposto ocorreu com aqueles de menor escolaridade. Como a maioria trabalha na informalidade, de 1988 a 2007, trabalham 18,1% a menos, cerca de 36 horas semanais.