Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Trabalhadores já abrem mão de direitos para evitar demissões

Empresários e trabalhadores começam a fechar os primeiros acordos para flexibilizar direitos trabalhistas, dentro das possibilidades já permitidas por lei, para tentar amenizar os efeitos da crise financeira, mostra reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal “O Globo”. Em Osasco, o Sindicato dos Metalúrgicos , ligado à Força Sindical, concordou em reduzir da jornada de trabalho e dos salários, além da compensação, gratuita, das horas paradas devido a férias coletivas.

A AçoTécnica S.A reduzirá a jornada de seus 300 funcionários, com a diminuição dos salários de até 16% entre dezembro e fevereiro para evitar demissões. Já a Belgo Bekaert Arames Ltda criou um “banco de horas negativo”: os 350 empregados ficarão em casa e pagarão as horas devidas quando a produção for reativada. O acordo evitou 20 demissões. O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, disse que, devido à brusca freada nas vendas, a empresa negocia com os sindicatos uma “maior flexibilidade nas fábricas.” A idéia é uma jornada menor, de 38 horas semanais em vez de 42 horas, por exemplo, e pagar somente as horas trabalhadas.

O vice-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Nildo Mansini, afirmou que está negociando com as principais centrais sindicais (Força e CUT) a formalização de um “acordão” para ampliar alternativas à demissão de trabalhadores. Entre elas, a suspensão temporária do contrato de trabalho, em que o trabalhador passa a receber apenas parte do salário. O “Comitê de Crise” da Fiesp levará ao governo um pacote de propostas que contempla desde a suspensão temporária dos contratos de trabalho, como a redução da jornada e de salários, a diminuição de 50% no recolhimento dos impostos trabalhistas e o aumento do prazo do seguro-desemprego, para dez meses.

Mas centrais sindicais estão divididas em relação às mudanças. Enquanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) tem uma postura mais aberta ao diálogo, a Força Sindical resiste a qualquer mudança.