Após 15 dias de negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a General Motors, sobre a pauta de reivindicações do Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (CIAG), os trabalhadores reuniram-se em frente ao portão principal da empresa multinacional, onde realizaram assembleia geral com os três turnos. Com participação massiva, os trabalhadores já iniciaram gritos de greve, porém realizaram paralização de uma hora antes de iniciar suas jornadas de trabalho, em protesto a resistência da montadora em ceder às reivindicações do chão de fábrica. Na terça-feira (16/04), a partir das 10h, uma nova rodada de negociações está marcada no Hotel Intercity, em Gravataí.
– Nós temos dito, em alto e bom som, que a GM lucra como nunca em Gravataí, à custa dos baixos e péssimos salários dos trabalhadores. É uma real e vergonhosa situação que vivemos. O momento é de somar forças para fazer valer o direito e a vontade dos trabalhadores. Este sindicato está unido e determinado a enfrentar esta grande e poderosa empresa multinacional, mas quem tem o poder para sermos bem sucedidos é o chão de fábrica – atestam os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Edson Dorneles e Valcir Ascari (Quebra-Molas)
Na próxima quinta-feira (18/04), será realizada nova assembleia com os três turnos. Se a montadora e as sistemistas do CIAG não apresentarem proposta correspondente às expectativas dos trabalhadores, está em estudo a decretação do estado de greve.
A bandeira desta campanha salarial é a isonomia de direitos entre os trabalhadores da montadora gaúcha e a paulista. A diferença entre os pisos salariais chega a 70%. Atualmente, os metalúrgicos da montadora rio-grandense possuem piso salarial de R$ 1.022,00, enquanto em São José dos Campos (SP), o valor é de R$ 1.712,00. Outra luta é pelo reajuste salarial, em que os trabalhadores exigem aumento de 12%. Se as medidas forem contempladas, será alcançada a igualdade de salários e benefícios entre as plantas.
Os metalúrgicos da GM pleiteiam por um Programa de Participação de Resultados (PPR) fechado em R$ 15.355 e abono salarial de R$ 4.500. Além disso, os metalúrgicos buscam o direito de realizar jornadas de trabalhos de 40 horas semanais. Por fim, a luta segue por direitos que já haviam sido prometidos, mas ainda não cumpridos pela empresa. É o caso do fretamento de ônibus para o transporte dos funcionários, que está pendente deste 2012.