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Luiz Carlos Miranda, presidente do Sindicato
Uma nota publicada na revista “Veja”, informando sobre uma possível venda de 26% do capital acionário da Usiminas para os grupos Gerdau e CSN, deixou em alerta o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa). Apesar da repercussão do assunto, a siderúrgica se limitou a informar que “não comenta rumores de mercado”.
Conforme a informação da “Veja”, Votorantim e Camargo Corrêa, que juntas detêm 26% da Usiminas, teriam sido sondadas por bancos de investimentos em nome da CSN e Gerdau. As siderúrgicas de Benjamin Steinbruch e Jorge Gerdau querem comprar a fatia das duas empresas na Usiminas. “Não há ainda nenhuma negociação em curso. Mas a manifestação de interesse é real”, repercutiu a nota.
Se a transação realmente acontecer, o grupo Nippon Steel Corporation, que é dono de 27,8% do capital votante da Usiminas, poderá ter dificuldade para manter o posto de acionista majoritário, alerta o presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda.
“Os grupos Gerdau e CSN não têm perfil de acionistas minoritários. Se querem abocanhar os 26% que hoje pertencem ao Grupo Votorantim e à Camargo Correa, é porque eles querem ser donos da Usiminas. E para serem majoritários, depois de concretizada a negociação, só terão de comprar mais algumas ações para mandar e desmandar na Usiminas”, pontua.
Prejuízos
Em um boletim do sindicato distribuído nesta semana, Luiz Carlos Miranda alerta para a possibilidade de demissões em massa e prejuízos para todo o Vale do Aço caso o negócio seja concretizado. A usina de placas prevista para ser construída em Santana do Paraíso, por exemplo, perderia a razão de existir, pois tanto a Gerdau como a CSN já fabricam esse produto.
“No lugar dos investimentos de R$ 6 bilhões que gerariam milhares de empregos para nossa população através da construção de um novo aeroporto e uma nova siderúrgica, os ‘novos donos’ da Usiminas optariam apenas por trazer as placas que já fabricam para serem laminadas em Ipatinga, cortando custos e aumentando sua margem de lucro”, analisa.
Estatização
No boletim do Sindipa, Luiz Carlos Miranda diz que “precisamos nos mobilizar, juntar a força dos trabalhadores, cobrar dos políticos que acabamos de eleger e buscar apoio do governo do Estado, pois mais uma vez há uma ameaça contra a nossa Usiminas, podendo acontecer uma nova onda de demissões em massa e enormes prejuízos para a população do Vale do Aço”.
Dentro dessa linha de pensamento, o sindicalista já agendou reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), e também com o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB).
“Embora o presidente da Usiminas (Wilson Brummer) seja mineiro, quase todos os diretores são paulistanos. Por isso é grande a pressão para tirar os investimentos de Minas e levar para São Paulo. Mas tenho certeza que o governador Antonio Anastasia entrará nessa luta. Na próxima semana pedirei a ele que interceda para que grupos empresariais mineiros, que acreditam e querem o progresso e o desenvolvimento de nosso Estado, tenham prioridade na compra desses 26% de capital que estão na mira da CSN e Gerdau. Outra alternativa que levarei ao governador é que o próprio Estado adquira essas ações, fortalecendo assim os interesses dos mineiros dentro da Usiminas”, afirmou.
Outro lado
Em nota, a assessoria de Imprensa da siderúrgica se limitou a informar que “a Usiminas não comenta rumores de mercado”.
Por Cristiano Magalhães
Assessoria de Comunicação Social
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE IPATINGA/MG
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