Analista diz que consumidor pode ter a expectativa de nova prorrogação na redução no IPI, o que diminui corrida à concessionária
Feriados também podem ter influenciado na queda, registrada ante abril de 2008 e diante de março; Fiat é marca líder, e Gol, o mais vendido
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
A prorrogação da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pelo governo não foi suficiente para manter as altas nas vendas de automóveis e comerciais leves em abril, segundo dados antecipados pela Folha Online. O desempenho ficou abaixo de março deste ano e de abril de 2008.
Foram vendidos 224.411 automóveis e comerciais leves no mês passado (sem contar caminhões, ônibus e motos), queda de 13,9% sobre março deste ano (260.924) e de 9,48% sobre abril de 2008 (247.926).
No ano, já foram vendidos 866.382 automóveis e comerciais leves, resultado 0,14% superior ao registrado entre janeiro e abril de 2008 (865.172).
O presidente da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, havia afirmado que a renovação do IPI não provocaria o mesmo impacto do início, mas evitaria um recuo muito grande nas vendas.
As medidas tomadas pelo governo -liberação de linha de crédito e redução do IPI- tiveram efeito maior de janeiro a março. No final daquele mês, o governo anunciou a prorrogação dos descontos até junho.
Mariana Oliveira, analista do setor automotivo da Tendências Consultoria, afirmou que o consumidor pode ter a perspectiva de que o governo vai prorrogar mais uma vez os benefícios fiscais, o que diminui a corrida às concessionárias.
Para ela, os feriados também podem ter afetado as vendas e ampliado a queda de abril.
“Diante da redução no preço do automóvel com os descontos do IPI, o consumidor aproveitou para comprar com receio de que a medida não fosse prorrogada. Agora, como há poucos sinais de recuperação da crise -que motivou as medidas do governo-, o consumidor espera outra prorrogação.”
Oliveira afirmou ainda que os dados positivos do primeiro trimestre não podem ser atribuídos apenas à redução no IPI. “Houve promoções por parte das empresas e liquidações para eliminar os estoques. Foram vários fatores que favoreceram as vendas.”
A consultoria, assim como o mercado e a indústria, espera redução nas vendas deste ano. A analista ressaltou, no entanto, que a prorrogação dos descontos pode atenuar a queda.
Ranking
A Fiat foi a montadora com maior participação de mercado em abril (25,9%), considerando apenas automóveis e comerciais leves, à frente da Volkswagen (23,5%), da General Motors (18,1%), da Ford (10,7%) e da Honda (4,6%).
Em números absolutos, a Fiat vendeu 58.232 veículos em abril, a Volks, 52.701, a GM, 40.623, a Ford, 24.122, e a Honda, 10.410.
O carro mais vendido no período foi o Gol (VW), com 22.603 unidades. Em segundo, aparece o Palio (Fiat), com 16.299 unidades, e, depois, o Uno (Fiat), com 13.766 veículos vendidos. Na sequência do ranking de automóveis vêm o Fox/CrossFox (VW), com 11.554 unidades comercializadas; o Celta (GM), com 9.762; o Siena (Fiat), com 9.255; o Voyage (VW), com 6.904; o Corsa classic (GM), com 6.713; o Ka (Ford), com 6.435; e o Fiesta (Ford), com 6.092.