Jornal da Tarde
Vai faltar mão de obra temporária para o Natal. Das 44.556 vagas previstas para o Estado de São Paulo, a estimativa do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário (Sindeprestem) é que 13 mil postos não serão preenchidos por falta de profissionais.
Segundo o presidente do Sindeprestem, Vander Morales, a falta de profissionais será generalizada e atingirá funções como analista de crédito, atendimento, crediário, embalador, estoquista, etiquetador, fiscal de caixa, fiscal de loja, operador de telemarketing, promotor de vendas, repositor e vendedor. “Com o mercado de trabalho aquecido, o trabalhador tem mais oportunidades de escolha. Já em um cenário mais complicado, as pessoas se submetem a trabalhar em funções menos desejadas para não ficar sem emprego.”
Para o presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), Paulo Lofreta, as empresas terão um grande desafio na hora da contratação. “Se está difícil contratar trabalhadores efetivos, imagina na condição de temporário?”, ressalta o executivo.
A empresa de recursos humanos Allis estima a abertura de 5 mil vagas para o Estado. E para não sofrer com o problema de falta de candidatos, a solução encontrada foi a prevenção. O processo de seleção foi antecipado de novembro para outubro.
“A dificuldade de contratação no fim de ano é resultado da maior quantidade de ofertas. Há boas oportunidades em várias lojas”, afirma a coordenadora de recrutamento e seleção da Allis, Giovanna Roberta Minervino Campos.
Na avaliação da professora de relações do trabalho da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Denise Delboni, a estimativa do sindicato é pessimista. “Algumas empresas já tiraram o pé do acelerador. Tem a crise lá fora e não se sabe o que vai acontecer por aqui.” Por isso, o conselho para quem está em busca de emprego é aproveitar a oportunidade do trabalho temporário, que tem grandes chances de efetivação.
Efetivação
Um estudo produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) mostra que a chance de um temporário ser efetivado é de 29%.
Os shoppings são responsáveis por absorver grande parte dos temporários. Para quem está disposto a trabalhar nas lojas, o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, aconselha deixar currículos nesses estabelecimentos e na própria administração do shopping. “Mas não pode ficar esperando de braços cruzados.
É preciso ir atrás, fazer contato por telefone e demonstrar ter disposição para trabalhar.”
Outro benefício para quem está em busca de emprego é que o fim do ano registra menos concorrência. “Existe a cultura de deixar para procurar emprego no ano seguinte. Todos os anos há uma queda no atendimento a partir da metade de novembro. Já a primeira semana de janeiro e após o carnaval registramos recordes de senhas distribuídas”, relata o coordenador do Centro de Solidariedade ao Trabalhador (CST), Willians Ferreira.
