Alto-forno 1, da usina de Ipatinga, era o último do grupo que ainda estava parado
Ivana Moreira
A siderúrgica Usiminas, uma das maiores fabricantes de aços planos do País, informou ontem que religou o alto-forno número 1 da usina de Ipatinga (MG), que estava abafado desde o fim de 2008. Com a queda das vendas após a explosão da crise financeira mundial, a empresa chegou a paralisar três dos seus cinco fornos – dois em Ipatinga e um em Cubatão (SP). De acordo com a nota divulgada pela empresa, o religamento do alto-forno não é consequência do aumento da demanda por aços planos e sim da necessidade de repor estoques intermediários de placa.
Com a retomada desse equipamento, que representa 10% da capacidade instalada de produção de ferro-gusa da Usiminas, será também possível pôr em prática um programa de “manutenção preventiva” dos demais altos-fornos.
A indústria, que no primeiro semestre de 2009 fez o primeiro programa de desligamento voluntário de funcionários de sua história, informa que não pretende abrir vagas por causa do religamento do forno 1.
A crise levou a Usiminas a reduzir o ritmo de produção de aço a 50% da capacidade instalada, que é de 9,5 milhões de toneladas por ano.
No pior momento, a direção da siderúrgica tomou a decisão de abafar três altos-fornos. Dois equipamentos foram religados em julho de 2009. Hoje, a produção da Usiminas está num ritmo de produção em torno de 85% da capacidade instalada.
PERSPECTIVAS
O declínio na demanda afetou todas as siderúrgicas do País. De acordo com os dados do Instituto Aço Brasil (IABr), a produção brasileira caiu 21,4% em 2009 em relação ao ano anterior, somando 26,5 milhões de toneladas de aço bruto.
Mas, para a direção do instituto, apesar do indicador menor que o de 2008, o quadro atual revela consistente recuperação e permite visão otimista para o futuro próximo.
As informações divulgadas nas primeiras semanas de janeiro confirmam a análise do IABr. Outras siderúrgicas divulgaram informações também animadoras.
As três unidades industriais do grupo ArcelorMittal em Minas Gerais estão trabalhando num ritmo de 95% da capacidade instalada, próximo ao nível de atividade pré-crise.