Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Usiminas e metalúrgicos não chegam a acordo no TRT-MG

A audiência realizada hoje com Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa) e a Usiminas, no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, terminou sem acordo. Os sindicalistas chegaram a protocolar uma medida cautelar incidental com pedido de liminar alegando que a Usiminas não cumpriu os critérios para realização das 810 demissões anunciadas na semana passada. Segundo o sindicato, as demissões não teriam sido negociadas.

O desembargador Caio Luiz Almeida Vieira de Mello apelou para que as partes continuem em negociação e irá analisar o pedido da liminar. Não foi fixada nenhuma data para o julgamento do pedido.

A Usiminas realizou um programa de desligamento voluntário (PDV) entre os dias 4 e 22 de maio, acordado com o Sindipa e com o sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista. No período de sua vigência, 516 empregados das usinas de Ipatinga e Cubatão (SP) aderiram. Após o fim do PDV, na semana passada, a companhia anunciou a dispensa de outros 810 empregados das duas usinas e da sede em Belo Horizonte. Segundo a Usiminas, as demissões foram realizadas em razão do que considerou uma baixa adesão ao PDV, que ficou abaixo das expectativas da companhia.

De acordo com a Usiminas, foram oferecidos benefícios financeiros para os 810 funcionários desligados fora do PDV.

Em Cubatão, representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos) e das 16 empreiteiras que prestam serviço na usina de Cubatão da Usiminas (antiga Cosipa) terão audiência de conciliação amanhã à tarde no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), em São Paulo.

Em greve desde a última quarta-feira, os 4.500 trabalhadores das empreiteiras reivindicam reajuste salarial de 8% e participação nos lucros ou resultados (PLR) de um salário-base, mas as empresas oferecem 5%. A data-base é maio.

Hoje, o sindicato promoveu novo ato na porta da Usiminas com a distribuição de mil máscaras de proteção contra pó, representando, segundo o sindicato, “a mordaça imposta pela Usiminas a seus trabalhadores indiretos e diretos”.

O presidente do Sintracomos, Geraldino Cruz Nascimento, afirmou que os trabalhadores vão acatar a decisão da Justiça do Trabalho. Segundo ele, o sindicato só não entrou com o requerimento de dissídio coletivo porque as empresas, casualmente, chegaram antes ao tribunal. Nascimento revela que todas as empreiteiras do parque industrial de Cubatão fecharam acordos com o sindicato de aumento de 8% nos salários, exceto aquelas que prestam serviços à Usiminas, que ofereceram 5% de reajuste.

Fonte: Agência Estado