Para Comissão Européia, possível retração reduzirá postos de trabalho
Jamil Chade
A Comissão Européia já prevê um maior desemprego diante das projeções de queda do crescimento econômico no mundo em 2008. O fenômeno deve atingir não apenas os europeus, mas, principalmente, a população mais vulnerável, como os imigrantes que vão ao continente em busca de trabalho.
“Os últimos acontecimentos, como as turbulências financeiras do mercado, alta nos preços de energia e de commodities, além de queda na confiança dos consumidores, podem causar uma deterioração nas projeções para os próximos meses”, alertou a Comissão Européia.
“As atividade econômicas devem se enfraquecer ainda mais no segundo semestre de 2008 e as perspectivas para o emprego devem ser mais desfavoráveis”, afirmou a UE. Hoje, o bloco estima ter pouco mais de 16 milhões de desempregados.
A comissão já havia alertado, no início do mês, que uma recessão estava prestes a atingir todo o bloco nos próximos meses. Por enquanto, a taxa de desemprego está mantida em 6,8%, em média, nos 27 países do bloco. Mas a expectativa é de que seja maior nos próximos meses.
No segundo trimestre do ano, o emprego caiu em 0,2% e o crescimento anual, 1,3%. Apesar da desaceleração da economia, o número de empregos criados em um ano foi de 2,9 milhões, atingindo 227 milhões de postos de trabalho. Mas os resultados são variados. Na Polônia, a tendência é positiva.
Mas na Espanha, para onde vão milhares de brasileiros todos os anos em busca de trabalho, a situação é de contração no mercado, principalmente na construção. A taxa de desemprego hoje na Espanha é a maior da Europa, em 10,4%. Entre os jovens, o desemprego na Espanha já atinge 23%.
“A crise começou a ter seu impacto na Europa”, disse um documento da UE. A Alemanha já informou que a economia pode se contrair em 2008. O crescimento no número de postos de trabalho foi de apenas 0,2% no segundo trimestre.