Educação, saúde, vigor econômico e políticas municipais referentes a emprego e renda renderam a Campinas o título de uma das melhores cidades do Brasil para se viver, trabalhar e fazer carreira. O resultado consta da pesquisa Carreiras 2008, elaborada pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebade), da Fundação Getulio Vargas (FGV). O município ficou na nona posição. Na frente, aparecem a capital, Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), São Caetano do Sul (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Macaé (RJ) ocupou a décima posição. Foram listados 127 municípios de, no mínimo, 170 mil habitantes, que fazem parte dos 5% maiores do País.
Em outro levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a região metropolitana de Campinas (RMC) é apontada como um dos melhores lugares do Brasil para viver e trabalhar. O estudo avaliou 5.564 municípios brasileiros.
Desenvolvimento urbano
Na lista das 100 melhores cidades com o Índice Firjan de Desenvolvimento Humano (IFDH), 12 são da RMC. Indaiatuba lidera a lista e aparece em primeiro lugar no Brasil. Outro destaque é Jaguariúna, que ocupa a terceira posição e também se destaca por suas políticas públicas municipais voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população. Campinas ocupa a 39ª posição.
O estudo da Firjan também coloca o Estado de São Paulo como o melhor da federação em desenvolvimento humano, seguido pelo Paraná, em segundo lugar, e por Santa Catarina, em terceiro.
O IFDH é baseado em moldes similares ao estudo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado a cada 10 anos. Quanto mais próximo de 1,0 for esse índice, mais desenvolvida é a cidade ou a região. A RMC tem 0,852 no IDH, por causa da riqueza, alfabetização, educação, expectativa média de vida, natalidade, entre outros fatores, como parque tecnológico, mão-de-obra qualificada, sistema de transportes, inovação em produtos e processos tecnológicos, centros de ensino superior e o segundo maior aeroporto de cargas do País.
Transição de carreira
A campineira Korum há 15 anos atua na transição de carreira profissional para cargos especializados, média e alta gerência. O diretor da empresa, Márcio Brasil, avalia que Campinas se transformou em um centro de atenção. A região reúne hoje cerca de 5.300 indústrias, 50 das quais estão entre as 500 maiores empresas do mundo. Além disso, reúne aproximadamente 600 estabelecimentos de ensino da pré escola ao ensino superior, entre eles a Unicamp, que está entre as 200 maiores instituições de ensino superior do mundo.
Dentro desse contexto, as empresas buscam cada vez mais profissionais de espírito competitivo. Estes profissionais, por sua vez, procuram a região devido às oportunidades oferecidas. Em alguns segmentos, como o de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, as empresas buscam o profissional já na faculdade.
“O mercado está consumindo muita mão-de-obra e não está conseguindo repor a especializada, então, os executivos que conhecem a área e têm um nível mais alto, estão empregados. As empresas de TI estão indo buscar o estudante na faculdade, oferecendo estágio e oportunidade para treiná-lo dentro da própria empresa. As empresas usam estes recursos para poder suprir as necessidades”, diz.
O consultor Marcelo Prates, especialista em desenvolvimento profissional, acredita que a logística, a tecnologia, as universidades e o acesso à informação diferenciada estão compondo um cenário muito favorável para o desenvolvimento de carreira dos profissionais.