GOVERNO DIVULGA NOVA TABELA DE IMPOSTO DE RENDA PARA 2009. FORAM CRIADAS DUAS ALÍQUOTAS, E TODOS DEVERÃO PAGAR MENOS
Todos os contribuintes pagarão menos Imposto de Renda a partir do ano que vem. O governo criou duas alíquotas de IR para pessoas físicas, de 7,5% e de 22,5%, que serão cobradas em conjunto com as outras duas já existentes (15% e 27,5%). Além disso, como previsto, a tabela será corrigida em 4,5% em relação à usada neste ano.
Como o desconto do IR é progressivo, todos os trabalhadores serão beneficiados com as novas alíquotas.
Para saber quanto paga de imposto, o trabalhador deve calcular o valor cobrado por faixa de renda. Por exemplo, quem ganha R$ 2.500, se a tabela não tivesse alteração em 2009, entraria somente na faixa de 15%, que era de R$ 1.434 a R$ 2.866. Ou seja, pagaria R$ 159,81 por mês (15% de R$ 2.500 menos R$ 1.434, o valor da faixa de isenção). Com a tabela nova, ele pagará 7,5% sobre parte de seu salário e 15% sobre restante, o que dá R$ 106,20.
A economia máxima, na comparação com a tabela que iria valer a partir de janeiro, será de R$ 1.161,29 ao ano -para quem ganha a partir de R$ 3.582.
O governo estima que deixará de arrecadar R$ 4,9 bilhões em 2009 com a medida. O objetivo é colocar esse dinheiro na economia -com mais grana no bolso, o trabalhador aumenta o consumo, e assim, a produção cresce e os empregos são mantidos. Essa é a receita para que a crise mundial não afete tanto o Brasil no ano que vem.
A tabela nova do IR entra em vigor em 1º de janeiro e deve ser implementada por meio de uma medida provisória. O trabalhador sentirá o efeito no bolso em fevereiro, quando seu salário referente a janeiro terá menor desconto.
Outras medidas
O governo também diminuiu a alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 3% para 1,5% nas operações de crédito ao consumidor e redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de automóveis, com o compromisso das montadoras de que haverá queda nos preços finais. O Banco Central também vai emprestar dólares para bancos que se comprometam a refinanciar compromissos externos de empresas brasileiras. Ao todo, a Receita vai abrir mão de R$ 8,4 bilhões em impostos.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que as medidas anti-recessão não terminam aí. Novas serão tomadas e algumas, divulgadas já na próxima semana. “O que já fizemos é uma parte do que o governo pretende fazer para evitar um desaquecimento forte da economia no ano que vem”, afirmou Mantega.
Uma proposta é usar a a Caixa e o Banco do Brasil para estimular a criação de financiamentos que embutem um prazo de carência onde o tomador pode deixar de pagar as prestações.
(Carolina Rangel, Ellen Nogueira e FSP)