Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

O dia 3 de março foi de protestar e começou cedo. Às 6hs, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga/MG, o Sindipa, em parceria com a Força Sindical, estiveram na portaria da Usiminas (do centro de Ipatinga), protestando contra as demissões em massa que vêm ocorrendo.

Nos últimos três meses, somando o Sistema Usiminas, Empreiteiras e Microempresas, quase 2.500 pessoas já foram demitidas.

Às 10hs aconteceu na sede do Sindipa a abertura oficial do 1º Encontro Nacional a Favor do Emprego. O intuito foi discutir os efeitos da crise que Vale do Aço está atravessando e buscar soluções eficientes para preservar os direitos dos trabalhadores. O evento contou com a presença de centrais sindicais, associações comerciais, metalúrgicos, políticos, formadores de opinião, imprensa e moradores do Vale do Aço.

O presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda, denunciou os desmazelos que o novo sistema que a Usiminas está implementando vem causando no Vale do Aço. “Todos precisam abraçar esta causa, pois poderemos em um futuro próximo estar fazendo parte do número de desempregados. O primeiro passo é se conscientizar que o momento que nossa região está atravessando é crítico, e pode se tornar ainda maior. Se o governo, que deveria combater este capitalismo selvagem, não tem tomado medidas enérgicas, nós não podemos ficar de braços cruzados. Temos que nos unir e fazer a nossa parte”, ressaltou.

Antônio Januário que representou o Celinho do Sintrocel também ressaltou a importância da união de todos.

“Ipatinga está morrendo. E a situação amanhã, pelo que tudo indica, pode ser ainda pior”, afirmou Edízio Simplício, tesoureiro da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Ipatinga – AAPI

Para o vereador de Coronel Fabriciano Luciano Lugão (PSB), “o coração do Vale do Aço é Ipatinga, e se a cidade vai mal, as outras que fazem parte da região metropolitana também são afetadas, uma vez que demissões nas empresas fazem com que as vendas diminuam no comércio, causando assim novas demissões. É um efeito em cadeia”, alertou.

Visão compartilhada pelo também vereador de coronel Fabriciano Nivaldo Lagares – Querubim (PDT), “o fechamento de um posto de trabalho, gera o fechamento de outros”, afirmou. “Antigamente a Usiminas tinha uma cultura familiar. Hoje, com esta política de que apenas um membro de cada família poderá trabalhar no Sistema Usiminas, o que será de nossos filhos e netos?”, questionou.

Luiz Carlos falou ainda da demissão de motoristas no ano passado, da extinção de setores. “Trabalhadores de todo um setor da Usiminas são mandados embora, se recria este setor na Usiminas Mecânica e contrata novos trabalhadores com os salários até cinco vezes menor. Estas novas ações que a Usiminas vêm implantando, dizendo serem inclusivas, são completamente exclusivas e nós não permitiremos estes abusos”, finalizou.

Estiveram presentes ainda a vereadora e presidente da Câmara de Coronel Fabriciano Andréia Botelho(PSL); o presidente da ACIAPI e Federaminas, Wander Luiz da Silva; e o presidente da CDL, Luiz Henrique Alves.

No dia 4 de março, a diretoria do Sindipa tinha na agenda uma reunião com representantes da Usiminas, no escritório Central da Empresa, a fim de discutir sobre a crise financeira e formas de proteção aos postos de trabalho, entre outros temas.

No dia 12, às 17hs, haverá uma reunião de coordenação, aberta ao público, com o intuito de traçar estratégias e planos de ações, referentes ao momento atual.

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Poliana Goveia de Albuquerque
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Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga