CLAUDIA ROLLI
FOLHA DE SÃO PAULO
Sindicatos e entidades ligados à CSP-Conlutas, central sindical que reúne PSTU, PSOL e outra correntes de esquerda, prometem fazer greves, paralisações e um dia de manifestação nacional na próxima quinta-feira, dia 27, em todo o país.
“Além das mobilizações que ocorrem com foco na redução da tarifa e qualidade do transporte público, é preciso que os trabalhadores entrem no movimento de forma organizada para cobrar também mais investimentos em saúde e educação, aumento salarial, combate a inflação e corrupção”, diz José Maria de Almeida, coordenador da central e presidente do PSTU.
Os organizadores do que está sendo chamado de “Dia Nacional de Luta” preparam as manifestações desde a noite de sexta-feira, quando a data foi confirmada.
Metalúrgicos, químicos, rurais, funcionários dos Correios, servidores federais e trabalhadores do setor de alimentação são algumas das categorias devem aderir às paralisações, greves pontuais e manifestações do dia 27.
QUEM PODE PARAR
Em São José dos Campos e região, onde o sindicato dos metalúrgicos é filiado à Conlutas, os trabalhadores podem parar a rodovia Dutra, a exemplo do que ocorreu na última sexta-feira (21).
“Esse é o momento propício para que os trabalhadores cobrem do governo uma posição quanto à pauta entregue no início deste ano”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá. A entidade representa cerca 43 mil metalúrgicos na região.
GM, Embraer e autopeças de cidades vizinhas são algumas das empresas que devem ter turnos de entrada atrasados ou a produção afetada.
“A orientação é fazer greves, paralisações, manifestações de rua, aquilo que for mais adequado à situação concreta de cada categoria ou região”, orienta a Conlutas em nota distribuída aos movimentos filiados à central.
Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, atos já são preparados.
OUTROS PROTESTOS
CUT, Força Sindical e outras centrais sindicais também serão convidadas para participar das manifestações.
Os metalúrgicos de São Paulo, ligados da Força, já fizeram ato na semana passada e pararam produção de cerca de 15 metalúrgicas na região da Mooca.
Cinco das centrais já discutem, desde a semana passada, uma ação unificada em outra data. Ainda não há consenso em um protesto nacional, segundo a Folha apurou, porque alguns dirigentes defendem que o alvo seja o governo federal.
Segundo organizadores do ato do dia 27, os protestos não têm ligação com a greve geral que está sendo convocada pelas redes sociais para o dia 1º de julho.