Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Sindicatos ameaçam fazer greve na construção


Após paralisação de advertência de 24 horas na capital paulista, categoria pode parar por tempo indeterminado no Estado, por aumento salarial

 

Marcelo Rehder

 

Em campanha salarial no Estado de São Paulo, trabalhadores da construção civil fizeram ontem uma greve de advertência de 24 horas, na capital paulista, com o objetivo de pressionar as construtoras a negociar com a categoria. Com data base em 1º de maio para renovação da atual convenção coletiva, os trabalhadores querem aumento real de salários de 5,5%, além da reposição das perdas com a inflação, entre outras reivindicações.

 

Se até o dia 11 de maio não se chegar a um acordo, os sindicalistas ameaçam organizar uma greve geral da categoria por tempo indeterminado em todo o Estado. “Foi uma greve de advertência para por fim à indiferença patronal nas negociações”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, Antonio de Souza Ramalho. “Caso não tivermos o atendimento das nossas reivindicações ou uma proposta que agrade à maioria, vamos parar por tempo indeterminado”, frisou.

 

A categoria reúne cerca de 850 mil trabalhadores no Estado. Só na capital e algumas cidades da região metropolitana, o número de trabalhadores da construção civil chega a 300 mil. “Conseguimos parar 80% dos canteiros de obras na parte da manhã”, disse Ramalho, referindo-se ao movimento iniciado à zero hora de ontem.

 

Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o trabalho foi normal em praticamente todos os canteiros de obras da capital paulista.

 

“Algumas obras pararam, mas não foi representativo para o nosso setor”, disse o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho da entidade, Haruo Ishikawa.Para ele, o movimento causou estranheza. “Estamos negociando normalmente com todos os sindicatos e federações de trabalhadores da construção civil no Estado e esperamos firmar as convenções coletivas em breve”, disse.

 

Segundo o diretor do Sinduscon, vários itens da pauta dos trabalhadores já foram praticamente delineados nas negociações. Ele citou como exemplo o aumento da cesta básica, dos atuais 30 quilos para 36 quilos. A reivindicação é de 40 quilos.

 

No caso do reajuste salarial, Ishikawa disse que a contraproposta a ser apresentada pela entidade deverá prever “um pequeno aumento acima da inflação.”

 

O protesto dos trabalhadores incluiu passeata por ruas e avenidas da zona sul da cidade. A manifestação terminou com uma assembleia que estabeleceu o prazo para a resposta às reivindicações da categoria.