Organizações de trabalhadores protestam pela isenção do IR sobre a participação nos lucros das empresas
João Carlos Moreira
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Sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical vão pressionar o governo federal e o Congresso a aprovar a isenção do Imposto de Renda para a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) recebida pelos empregados de empresas privadas e estatais. Os sindicalistas prometem fazer uma manifestação nesta quarta de manhã na Via Anchieta, em São Bernardo, no ABC, e nesta quinta terão reuniões na Câmara dos Deputados para reivindicar as mudanças nas regras do IR.
A PLR é recebida pelas principais categorias de trabalhadores e varia de acordo com o desempenho de cada empresa. Os sindicatos reclamam da incidência do IR sobre o benefício. “Um investidor da bolsa não paga Imposto de Renda sobre lucros e dividendos, mas o trabalhador paga. Queremos mudar isso”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários da capital.
Nesta terça-feira, ela e outros sindicalistas explicaram que, enquanto o Congresso não aprova a isenção, vão defender a atualização da tabela do IR para pessoa física. O grupo defende que a nova tabela conceda a isenção para a PLR de até R$ 8 mil – hoje a isenção é só até R$ 1.566,61.
“A isenção total depende de projeto de lei, mas a correção da tabela pode ser aprovada pelo ministro da Fazenda já”, disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A manifestação desta quarta pretende reunir 10 mil pessoas na altura do km 20 da Anchieta. Os organizadores disseram que não vão fechar a estrada.
Sindicalistas também pedem queda de juros
Os representantes dos sindicatos anunciaram nesta terça o início da campanha pela redução dos juros no país. “Queremos não apenas a redução da taxa Selic, mas também dos juros dos cartões de crédito e dos empréstimos”, disse Juvandia Moreira. Ainda nesta terça, os sindicalistas organizaram um ato em frente à sede do Banco Central na capital.