Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Sindicato em defesa dos empregos na Bosch e na Volvo

Em audiência no TRT, Sindicato apresenta proposta e aguarda resposta da Bosch.

 

André Nojima

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e da Bosch durante audiência no TRT

Nesta terça-feira (30), às 9h, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, em Curitiba, os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) apresentaram à Bosch a proposta aprovada ontem em assembleia, que prevê readmissão dos 826 demitidos e garantia de um ano de estabilidade para todos os trabalhadores da planta. A empresa comprometeu-se a estudar e retornar com uma resposta, possivelmente hoje, aos trabalhadores.

 

Independente disso, nesta quarta-feira, às 5h, os boscheanos realizam assembleia para dar encaminhamento à mobilização iniciada ontem, com paralisação de 48 horas. Ontem a produção permaneceu parada. A grande maioria dos trabalhadores, apesar de receber telefonemas de “convocação” das chefias, nem chegou a ir para a fábrica. Também nesta quarta-feira, às 14h30, ocorre a segunda audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho. Já na quinta-feira, às 9h, acontece e terceira audiência no Tribunal Regional do Trabalho.

 

Audiência

 

Durante a audiência no TRT, os representantes da empresa tentaram desqualificar a proposta dos trabalhadores com um subterfúgio jurídico, dizendo que ela era um “novo objeto” na discussão e defendendo a ideia de que a audiência deveria restringir-se apenas ao caso dos demitidos.

Entretanto, a procuradora que representou o Ministério Público do Trabalho na audiência, Thereza Cristina Gosmel, derrubou essa tese enfatizando que é natural que haja temor entre aqueles que permanecem empregados – “pois viram centenas de colegas serem demitidos de uma hora para outra, sem critério” – e que, sendo assim, é legítimo que se discuta a situação deles também.

 

A procuradora do trabalho criticou a falta de critério da Bosch nas dispensas. “Vi a lista dos demitidos e notei que realmente tem pessoas com 30, 31 anos de casa. Por que demitir de uma hora para outra uma pessoa que serviu tantos anos para a empresa?”.

Thereza Gosmel afirmou que, “de forma mais transparente”, a empresa deveria ter buscado um diálogo com o Sindicato antes de demitir. “Isso tornaria a situação bem menos traumática e reduziria consideravelmente os danos sociais da medida”. Ao sugerir a possibilidade do lay-off – redução temporária do contrato de trabalho – e ouvir como resposta da Bosch o argumento de que isso “não seria bom para os trabalhadores”, a procuradora foi enfática: “seria bom que vocês deixassem os próprios trabalhadores decidir o que é melhor para eles”.

 

O desembargador Luiz Eduardo Gunther, que presidiu a audiência, fez uma comparação com nações mais avançadas para também criticar a forma como as demissões foram feitas. “Se fosse em um país como a Alemanha, a empresa teria que primeiro discutir com os trabalhadores a melhor forma de dar encaminhamento”.

 

Cadê o “balanço contábil”?

 

Os representantes do Sindicato lembraram que até agora, diferente do prometido, a Bosch não apresentou os balancetes financeiros e contábeis, documento que efetivamente comprovaria a “dificuldade financeira” alegada pela Bosch na mesa de negociação.

 

O que foi dito na audiência no TRT

 

“De forma mais transparente, a Bosch deveria ter dialogado com o Sindicato antes de demitir. Isso tornaria a situação bem menos traumática e reduziria consideravelmente os danos sociais da medida” – Thereza Cristina Gosmel, procuradora que representou o Ministério Público do Trabalho na  audiência de hoje

 

“Se fosse em um outro país, como na Alemanha, a empresa teria que discutir antes com os trabalhadores a forma de dar encaminhamento na situação” –  Luiz Eduardo Gunther, desembargador que presidiu a audiência e vice-presidente do TRT

 

“Seria bom que vocês (a Bosch) deixassem os próprios trabalhadores decidir o que é melhor para eles” – Thereza Cristina Gosmel, procuradora que representou o Ministério Público do Trabalho na audiência de hoje, criticando o fato da Bosch recusar o lay-off por presumir que “isso não seria bom para os trabalhadores”

Sindicato negocia lay-off e pacote de benefícios para os trabalhadores da Volvo

 

Em assembleia na manhã desta terça-feira (30), os 2,2 mil metalúrgicos da Volvo, na CIC, em Curitiba, reprovaram proposta de lay-off nas condições oferecidas pela montadora e aprovaram uma contraproposta elaborada pelo Sindicato.

 

Os trabalhadores querem a implantação do lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) por três meses para cerca de 300 trabalhadores. Neste período, os trabalhadores ficariam afastados, fazendo curso de qualificação profissional e recebendo o seguro desemprego, com a empresa complementando o restante do salário e com garantia de manutenção do emprego.

Ao final deste período, se houverem demissões, os trabalhadores teriam direito um “pacote de benefícios”, que consiste na extensão do plano de saúde por no mínimo mais três meses e o pagamento de uma indenização entre um e quatro salários nominais, dependendo do tempo de empresa. Esse é o mesmo pacote concedido aos 430 trabalhadores demitidos em dezembro do ano passado.

 

Pela proposta da Volvo, demitidos após o lay-off não teriam direito ao pacote de benefícios. Após a reprovação da proposta da empresa, o Sindicato encaminhou a contraproposta dos trabalhadores à montadora e aguarda uma nova rodada de negociações com a Volvo.

 

Fonte: Confraria da Notícia
Assessoria de
Comunicação

Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba

 

Caso Bosch: Jorn. Gláucio Dias
(41) 3014-7700 / 9964-5050 / 8409-6274   3219-6461


Caso Volvo: Jorn. Guilherme Ochika (SMC)
(41) 8866-8798  /  3219-6461

 

Fonte para entrevistas:
Sérgio Butka, presidente do SMC: (41) 8409-6274

 

Acesse o site do Sindicato: www.simec.com.br

Acesse o site da Confederação: www.cntm.org.br
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