A Gerência Regional de Osasco conta com apenas seis auditores para averiguar todas as pendências trabalhistas e questões de saúde e segurança nos 15 municípios sob sua jurisdição. A conclusão é óbvia: a equipe não dá conta. Isso fica evidente nos números: em cinco anos, 54.318 trabalhadores sofreram acidentes na região, que causaram 192 mortes e 1.406 doenças do trabalho. Os dados foram divulgados pelo movimento sindical da região, na quinta-feira, 28, Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho.
Cerca de 20,4% dos acidentes no período não tiveram emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), o que indica que o problema pode ser ainda maior.
O problema é antigo e a denúncia também. Nos anos 1990 eram 27 auditores na região. Em 2011, o quadro da Gerência era composto por 11 auditores. Hoje, são 13 fiscais, porém, só seis deles atuam junto às empresas. Até o final do ano serão somente cinco, com a aposentadoria de um dos auditores.
Outro prejuízo é aos cofres públicos. Quando não há relatório de fiscalização, a Advocacia Geral da União não consegue elaborar ações regressivas acidentárias, pelas quais busca ressarcir o INSS pelos gastos com benefícios acidentários.
O levantamento já foi encaminhado para o Ministério do Trabalho e a Advocacia Geral da União. “Vamos pressionar para que medidas sejam tomadas e que a fiscalização por parte do Ministério do Trabalho seja atuante e um instrumento forte no combate aos acidentes de trabalho na região de Osasco”, ressalta o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região Gilberto Almazan.
Por Cristiane Alves e Auris Sousa
Assessoria de Imprensa