Por Auris Sousa
Nesta quinta-feira, 16, é dia de comemorarmos mais um aniversário da Greve de Osasco, que em 1968 parou a Cobrasma, a Lonaflex, Braseixos, Barreto Keller, Fósforos Granada e entrou para a história como um dos principais movimentos de resistência frente a ditadura.
A greve foi fruto do trabalho conjunto entre comissão de fábrica da Cobrasma, Sindicato, Frente Nacional do Trabalho, operários estudantes. Na Cobrasma, o movimento começou pouco após as 8 da manhã, ao toque do famoso apito, que deflagrou a ocupação da fábrica.
Naquele mesmo dia a greve foi declarada ilegal pela Delegacia Regional do Trabalho. À noite, a fábrica foi invadida pelo aparato militar, que obrigou os trabalhadores a deixar o local e prendeu dezenas de companheiros.
Dois dias depois, a sede do Sindicato foi invadida pela polícia, que prendeu os trabalhadores que resistiam a repressão. A entidade ficou sob intervenção.
As lideranças dos trabalhadores da Cobrasma foram demitidas pela empresa, incluindo o então presidente do Sindicato, José Ibrahin. Mas o movimento se alastrou pela cidade por cerca de um mês.
A perseguição aos trabalhadores que ousaram lutar, também é um dos principais assuntos da CMVO (Comissão Municipal da Verdade de Osasco), que obteve relatos de trabalhadores sobre perseguições com listas sujas que impediam a recolocação profissional, a prisão devido a militância política e a perseguição a familiares.