Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Reino Unido: maior desemprego em 11 anos


Número fica perto de 2 milhões de pessoas. BC britânico prevê queda do PIB de 2% em 2009 e pode cortar juros de novo

LONDRES. Os sinais de que o Reino Unido será, ao lado dos Estados Unidos, um dos dois países mais afetados pela crise financeira mundial se fortaleceram ontem. O número de desempregados chegou perto da marca de dois milhões no terceiro trimestre, o maior nível desde 1997, enquanto a taxa de desemprego atingiu 5,8%, o maior índice desde o início de 2000. Já o Banco da Inglaterra (o banco central britânico) divulgou relatório apontando que a economia do país pode encolher até 2% em 2009. Segundo o BC, o Reino Unido provavelmente já entrou em recessão no

terceiro trimestre e não deve se recuperar até o segundo semestre do próximo ano.

Ao todo, 1,82 milhão de pessoas estavam sem trabalho no Reino Unido entre julho e agosto, o que representa uma alta de 140 mil casos em relação ao trimestre anterior. O número é o maior em 11 anos. Do total de desempregados, 16,1% se concentram na Grande Londres. O número de desempregados entre 18 e 24 anos subiu em 53 mil entre o segundo e o terceiro trimestre, para 579 mil pessoas, o maior nível desde 1995.

Para responder à situação, o ministro do Emprego, Tony McNulty, já anunciou que vai dobrar para seis milhões de libras (US$ 8,977 milhões) o volume de recursos disponíveis para os auxílios aos desempregados do país.

O número de pessoas solicitando auxílio-desemprego aumentou em 36.500 em outubro, frente a setembro, para 980.900, a maior alta mensal desde 1992.

– Pelos próximos 12 a 18 meses, o desemprego só vai aumentar – disse ao “Independent” o economista-chefe do Institute of Directors, Graeme Leach.

Inflação deve recuar de 5,2% para a 1% até 2010 E o tom do Banco da Inglaterra diante do cenário econômico se tornou ainda mais pessimista. A autoridade monetária ressaltou que as condições mudaram dramaticamente desde agosto e a contração da economia pode chegar a 2% no próximo ano.

– É difícil saber de forma precisa por quanto tempo estaremos em recessão. Acho que provavelmente estamos em recessão agora – disse o presidente do BC britânico, Mervyn King.

A inflação no Reino Unido deve cair para 1% até 2010, contra os atuais 5,2%. A meta de inflação no país é de 2%, o que significaria que há espaço para corte de juros, movimento que o BC está preparado para fazer, segundo King. Na semana passada, a taxa de juros foi reduzida em 1,5 ponto percentual, para 3%, o menor nível desde 1955.

– Nós certamente estamos preparados para cortar a taxa novamente se isso for necessário.

Há muitas coisas para aprender entre agora e nossa próxima reunião.

A expectativa dos mercados é que a taxa fique abaixo de 2% em um ano.

Enquanto isso, as pequenas empresas britânicas temem a falência, num ambiente sem crédito. Pequenas companhias e representantes do setor bancário se reuniram no Fórum de Pequenos Negócios para debater como podem ser retomados os empréstimos para as empresas, atualmente escassos, segundo reportagem do “Independent”.

Pequenos empresários defendem que o governo pressione os bancos pela liberação de recursos. As condições de muitos financiamentos já foram modificadas e as empresas temem ainda mais dificuldades com o agravamento da recessão.