Valor Econômico
Por Ivo Ribeiro
SÃO PAULO – A redução da oferta de minério de ferro pelas minas do Brasil e da Austrália e a maior demanda da China poderiam puxar para cima os preços da matéria-prima do aço, atualmente na faixa de US$ 144 a tonelada no mercado internacional. Esse cenário está em relatório assinado pelos analistas Marcos Assumpção e André Pinheiro, do banco Itaú BBA.
Ontem à noite a Vale declarou “força maior” em seus contratos com vários clientes de minério de ferro por conta das fortes chuvas em Minas Gerais e Espírito Santo, as quais estão afetando suas operações de transporte e embarque do produto.
Assumpção aponta vários fatores que poderiam impulsionar os preços do minério: redução do fornecimento no Brasil, ciclone na Austrália e o forte inverno na China, além de uma potencial retomada da demanda chinesa com maior produção das siderúrgicas locais após os baixos níveis de produção de dezembro.
O analista prevê, diante desse cenário, uma interesse maior por ações de mineradoras de ferro, como Vale, e lista fundamentos técnicos e de mercado.
Ele acredita que outros produtores e exportadores de Minas Gerais serão também afetados pelas condições do tempo, limitando o fornecimento do Brasil. A CSN é atualmente uma grande exportadora de minério do país.
Na Austrália, importante fornecedor global de minério quanto o Brasil, companhias também teriam suas operações de embarques portuárias prejudicadas pelo ciclone Heidi. Conforme estimativa do analista, cada dia de fechamento do porto fechado poderia uma redução de um milhão de toneladas de fornecimento aos clientes. (Ivo Ribeiro | Valor)