São evidentes os sinais de recuperação de alguns setores produtivos mesmo durante este trágico período de pandemia. O setor de latas sanitárias, por exemplo, superou a marca de 100% da produção, não só em Mococa, mas em todo o País.
Em dois meses, a produção de bicicletas superou a marca de 50% da produção, a construção civil está em fase de aquecimento, a produção e colheita de grãos no Brasil estão batendo recordes e a exportação de matérias-primas (commodities) de origem mineral também está “bombando”.
“Este cenário de retomada, que reflete positivamente na indústria metalmecânica, pode e deve servir de parâmetro para as negociações da nossa campanha salarial 2020 e da Participação nos Lucros ou Resultados”, diz Francisco Sales Gabriel Fernandes, o Chico, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e região e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.
Sobre a PLR, o Sindicato sabe que há empresas escondendo o ouro, produzindo forte e vendendo muito bem no mercado. Estas têm plenas condições para pagar o benefício da PLR, que está previsto em lei, aos trabalhadores que são os que estão nas máquinas produzindo para o crescimento e para a retomada. “Vamos pra cima delas!”, diz Chico do Sindicato.
Chico também defende que a campanha salarial não fique restrita aos índices oficiais do INPC, IPCA e IBGE, pois estes com certeza jogarão a inflação pra baixo. “Precisamos negociar com os grupos patronais tendo como base a vida real, o alto custo de vida para os trabalhadores e suas famílias”, diz Chico, lembrando que tudo está aumentando: a cesta básica, o arroz, o feijão, a carne, o leite, o gás e a gasolina, entre outros itens básicos.
A campanha salarial 2020 é unificada e reúne os sindicatos filiados à Federação, representando em torno de 800 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo com data-base em novembro.