Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Recuperação do emprego em São Paulo é frágil


Vagas são sazonais, segundo Secretaria do Trabalho

 

Andrea Vialli

 

Em março, São Paulo respondeu por 98% dos empregos formais criados em todo o Brasil – dos 34.818 novos postos de trabalho gerados, 34.231 foram no Estado. No entanto, as vagas não refletem a retomada da atividade econômica na região. São resultado dos movimentos sazonais de contratação nas cidades que concentram a agroindústria, especialmente da cana-de-açúcar.

 

As regiões do Estado que apresentaram o maior número de empregos criados foram Araçatuba, com 11.733 postos, e São José do Rio Preto, com 10.030 vagas. As duas cidades, onde a presença de usinas de açúcar e álcool é marcante, foram responsáveis por 64% dos empregos criados no Estado. Os setores que mais empregaram em março foram agricultura e pecuária (13.612 vagas), construção (6.127) e educação (5.654).

 

Os números constam do Observatório do Emprego, levantamento mensal realizado pela Secretaria do Trabalho e Emprego de São Paulo em parceira com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Fundação Seade, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

 

“Os dados mostram que não está ocorrendo retomada do emprego em São Paulo. A criação de vagas ainda não é resultado do crescimento da atividade econômica. É fruto da sazonalidade de setores como a agroindústria e a educação”, avalia o economista da Fipe Hélio Zylberstajn, coordenador do estudo. “Nessa época do ano, indústria e comércio deveriam ter iniciado as contratações, mas não é o que estamos vendo.”

 

A indústria, o setor mais fragilizado pela crise financeira, criou 3.431 vagas em março, mas mantém o saldo negativo de 43.782 postos perdidos no primeiro trimestre de 2009.

 

COMÉRCIO

 

O desemprego no comércio, no entanto, preocupa economistas. Foram 6.806 postos de trabalho eliminados no mês, a maior perda entre os setores pesquisados. “Este março está atípico. Este é um mês em que tradicionalmente as pessoas buscam emprego, por entenderem que é um período mais favorável. Mas elas estão tentando e não estão encontrando”, diz Alexandre Loloian, pesquisador da Fundação Seade.

 

Para Guilherme Afif Domingos, secretário do Emprego de São Paulo, as políticas de combate à crise do governo federal devem vir acompanhadas de políticas de assistência social. “O seguro desemprego deveria ser ampliado para trabalhadores de todos os setores.”