DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central tem se mostrado bastante atento à pressão dos reajustes salariais sobre a inflação, mas os números divulgados ontem pelo Dieese não devem afetar a sua estratégia de seguir elevando os juros.”A inflação, hoje, é fundamentalmente vinda dos preços das commodities no exterior, não tem a ver com mercado de trabalho e salários”, afirma Edgard Pereira, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e sócio da consultoria econômica Edap.
Marcelo Moura, professor de macroeconomia e pesquisador do Ibmec São Paulo, lembra que, nas negociações salariais, além da inflação passada, entram as previsões de aumentos futuros de preços, por isso manter a austeridade é importante para garantir que a inflação se desacelere mais. “A preocupação do BC é com as campanhas do segundo semestre”, frisa. Nos próximos meses, cerca de 300 categorias importantes, como a dos metalúrgicos e a dos bancários, sentarão à mesa com os patrões.
Para Nicholas Barbarisi, diretor de operações da Hera Investimentos, os indicadores positivos podem significar um ciclo mais curto de alta da Selic. (DG)