Procuro escrever textos curtos, sem enrolação, com informações úteis à ação sindical. Às vezes faço sugestões e até prescrições violando a regra que conselho não se dá de graça.
Nas batalhas de resistência a serem travadas pelo movimento sindical, o mais importante – decisivo mesmo – é a capacidade dos dirigentes se aproximarem da massa de trabalhadores esclarecendo-os, organizando-os, mobilizando-os e, em suma, os comandando. Isto é feito fundamentalmente fora da sede do sindicato, nas empresas, nos locais de trabalho e ali onde os trabalhadores se reúnem ou frequentam.
Mas para que os dirigentes, auxiliares e ativistas possam praticar com êxito essa descida às bases é muito importante que na sede dos sindicatos e das demais entidades representativas os serviços essenciais sejam mantidos, reforçados e melhorados.
Ao racionalizar a ação (quando as dificuldades financeiras eventuais assim o determinarem) tudo deve ser feito de modo a preservar os quatro eixos abaixo, que são os seguintes:
- Comunicação sindical – sem ela e seus profissionais o sindicato é um grito mudo que ninguém escuta. A comunicação deve ser eficiente, veraz, compreensiva, correta e convincente como uma frase bem articulada em língua inteligível ou uma imagem de impacto;
- Serviços jurídicos – a norma sindical vigente no Brasil valoriza a batalha judicial e impõe a cada entidade a necessidade de ótimos serviços advocatícios, confiáveis para a entidade e para os trabalhadores;
- O balcão de atendimento sindical às demandas pontuais dos trabalhadores. São todos os serviços prestados pelos sindicatos (homologações, consultas etc.) que desempenham o papel de “pronto socorro” e são, na maioria dos casos, a porta de entrada para o sindicato e sua ação coletiva. O sindicalismo norte-americano nos ensinou que a soma ponderada de reclamações dos trabalhadores produz uma reivindicação sindical;
- O serviço de suporte à sindicalização. A descida às bases ou a vinda dos trabalhadores ao sindicato devem ser atualmente ocasiões a mais para sindicalizá-los diminuindo a diferença numérica entre categoria e associados, aumentando a taxa de sindicalização e fidelizando cada vez mais os já associados.
João Guilherme Vargas Netto
consultor sindical de entidades de trabalhadores