Nos EUA, mercado avaliará as vendas do setor varejista
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana será morna no que se refere à divulgação de dados econômicos. Poucos números serão conhecidos nos Estados Unidos, na Europa e também por aqui. Além disso, terça-feira será feriado nos EUA.
Mesmo assim, analistas não se arriscam a fazer previsões para o desempenho do mercado financeiro, devido à ainda elevada instabilidade presente nos negócios.
Se depender da agenda, os dias mais movimentados serão a quinta e a sexta. Na quinta-feira, será conhecido nos Estados Unidos o resultado do Orçamento do Tesouro de outubro. Dados de novos pedidos de seguro-desemprego também ficam para esse dia.
O mercado de trabalho norte-americano tem se mostrado um relevante ponto de preocupação. Na sexta passada, foi divulgado que a taxa de desemprego no país atingiu os 6,5% em outubro, com a perda de 240 mil postos de trabalho.
Nesta sexta, vão ser conhecidos nos EUA dados das vendas do setor varejista de outubro, os números dos estoques das empresas e o índice de confiança do consumidor. Mais importante no dia talvez seja o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve,o banco central dos EUA), Ben Bernanke.
“A eleição de [Barack] Obama e os cortes nas taxas de juros européia e, principalmente, na Inglaterra foram bem recebidas pelo mercado que, porém, seguiu volátil na semana [passada]. As incertezas que ainda pairam sobre os investidores devem seguir mantendo o mercado sem tendência na semana, cuja agenda econômica não traz dados de muita relevância”, afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Na semana passada, o Banco da Inglaterra fez um corte expressivo em sua taxa de juros, que recuou de 4,5% para 3% anuais. A redução levou a taxa britânica ao menor patamar desde 1955.
Já o BCE (Banco Central Europeu) reduziu seus juros básicos em 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano.
“A semana parece tranqüila em termos de indicadores. O destaque deve ficar por conta dos dados de vendas no varejo americano, que fornecem uma boa idéia do desempenho do consumo no país”, afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
A agenda brasileira também será pobre no que se refere a eventos econômicos.
Inflação
As prévias de inflação aparecem como ponto de interesse, com força para mexer no mercado, especialmente o de juros futuros.
Hoje será apresentada a primeira prévia do IGP-M do mês. Na terça, será dia de conhecer os primeiros números do IPC da Fipe de novembro. E na quinta será a vez do IGP-10, medido pela FGV.
Após o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) surpreender na sexta-feira passada, o mercado pode se deparar com novidades nos próximos indicadores de preços.
O IPCA, que é o índice de preços oficial, utilizado pelo Banco Central para monitorar a meta de inflação, marcou alta de 0,45% em outubro, após ficar em 0,26% em setembro. No acumulado de 12 meses, o índice de preços alcançou os 6,41%. Dessa forma, encostou no teto da meta de inflação, que é de 6,5% em 2008.
Se a meta de inflação é ameaçada, aumentam as chances de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) retomar o processo de elevação da taxa básica de juros. No mês passado, o BC decidiu manter a taxa básica Selic inalterada em 13,75% anuais.