Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Poupança muda logo e pequeno será preservado

Estudo está em fase final e a intenção é brecar os especuladores, diz o ministro Paulo Bernardo 

 

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, afirmou ontem que o projeto de mudanças para evitar que a poupança se torne investimento mais atrativo que os fundos de renda fixa está “na reta final de elaboração”. Questionado se a medida poderia ser anunciada hoje, Bernardo respondeu: “Não sei se amanhã (hoje), mas será anunciada nos próximos dias, porque esta é uma questão que não pode ficar em aberto para dar margem a especulações.”

 

Bernardo declarou que o governo achará uma “solução transparente” para alterar as regras das cadernetas. Disse ainda que há um temor de que os grandes bancos privados também coloquem dinheiro na poupança, o que dificultaria a rolagem da dívida pública. O ministro fez questão de ressaltar que o governo “tem muito juízo”. E completou: “o Brasil é respeitado mundo afora não é à toa”.

 

O ministro voltou a assegurar que o governo não prejudicará os poupadores. “Queremos manter a poupança como um instrumento de economia popular e, ao mesmo tempo, que não sirva para os especuladores´, disse Bernardo, após participar de audiência na Comissão Mista de Orçamento.

 

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (o Paulinho), reforçou as garantias do governo. Paulinho participou ontem de uma reunião com ministros da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da secretaria-geral da Presidência da República e também recebeu do governo a promessa de que os poupadores não serão prejudicados com a alteração das regras da poupança. “Ouvi do ministro Guido Mantega (da pasta da Fazenda) que o risco de os pequenos poupadores perderem é zero”, afirmou Paulinho.

 

O presidente da Força declarou que os ministros não informaram de que maneira serão feitas as mudanças nas cadernetas e nem em quanto tempo elas entrarão em vigor. Entretanto, reforçou que o objetivo do governo é tornar a poupança menos atrativa para os grandes investidores, e não aos pequenos poupadores. “O trabalhador, segundo o governo, não será afetado”, assegurou Paulinho.