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PIB dos ricos tem maior recuo em 49 anos

Economia de grupo que reúne 30 dos principais países do mundo encolhe 2,1% no 1º tri; só Coreia do Sul tem avanço

 

Alguns indicadores apontam que a economia global dá sinais de melhora no 2º tri; para Krugman, EUA e Europa podem crescer no fim do ano

 

DA REDAÇÃO

 

A economia dos países mais ricos do mundo teve queda recorde no primeiro trimestre deste ano, indicando que a crise global continuou a ganhar força neste início de ano.

 

O PIB dos integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne 30 das maiores economias globais) encolheu 2,1% de janeiro a março em relação aos três meses anteriores, a maior queda desde 1960, quando a entidade começou o levantamento.

 

A contração foi ainda maior que a sofrida nos últimos três meses do ano passado, de 2%, quando a crise global se agravou após a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, no dia 15 de setembro.

 

Para ter uma ideia da piora da situação neste começo de ano, apenas 3 (Coreia do Sul, França e Portugal) dos 17 países que já divulgaram o resultado do PIB do primeiro trimestre tiveram resultados melhores entre janeiro e março que no último trimestre de 2008. E só os asiáticos registraram crescimento: 0,1%.

 

Levando em conta apenas os países do G7 (grupo que reúne as sete maiores economias e que, portanto, tem mais peso no resultado da OCDE), a contração foi ainda maior: 2,2%. As maiores quedas foram de Japão e Alemanha, que são altamente dependentes do setor exportador, que sofreu com a falta de crédito e o freio nos gastos dos consumidores do mundo todo, preocupados com o aumento do desemprego.

 

Mudança de cenário

 

Os dados mais recentes do segundo trimestre mostram, porém, que, se a recuperação ainda parece estar longe, há indícios de que o pior parece ter chegado ao fim. A confiança do setor empresarial alemão, por exemplo, subiu em maio pelo segundo mês consecutivo, depois de atingir em março o seu menor nível em 26 anos.

 

Outro sinal positivo foi a declaração ontem do governo japonês de que o ritmo da deterioração da maior economia asiática “se moderou”, apesar de ela ainda estar em uma “situação difícil”. A administração disse estar mais otimista com as exportações e a produção industrial depois que várias empresas disseram que pretendem aumentar a produção para recompor os estoques.

 

Na semana passada, o BC japonês também já tinha elevado as perspectivas para a economia do países, e ontem o presidente da instituição, Masaaki Shirakawa, afirmou que o PIB deverá voltar a crescer neste trimestre, após se retrair em 15,2% na taxa anualizada nos três primeiros deste ano -a maior contração desde o início da pesquisa, em 1955.

 

Para o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, a economia mundial conseguiu impedir a “catástrofe absoluta” e os EUA e a Europa podem até registrar resultados positivos no segundo semestre. “Eu não ficarei surpreso em ver o comércio mundial se estabilizar, a produção industrial global se estabilizar e começar a crescer daqui a dois meses.”

 

O economista americano, no entanto, faz ressalvas: “De certa forma, nós já podemos ter passado pelo pior, mas existe uma grande diferença entre estabilização e realmente recuperar o terreno perdido”.

 

Com agências internacionais