Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Philips: proposta negociada pelo Sindicato é aceita

Robson Fonseca

Os 420 trabalhadores da Philips, unidade Capuava, no ABC, aprovaram em assembleia, no dia 5, a proposta negociada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Desde sexta-feira (dia 26), os funcionários da fábrica cruzaram os braços após serem informados da paralisação das atividades da empresa no dia 30 de junho.

Durante toda a semana, o Sindicato negociou melhorias aos 420 empregados.

“Nas três reuniões que tivemos com a Philips, nossa reivindicação era o não encerramento das atividades da fábrica. Acreditávamos que a empresa poderia encontrar alternativas para não demitir tantos trabalhos e manter os 60 anos de história na região”, diz Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Na segunda audiência no Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo, a Philips alegou fechar a fábrica no ABC devido aos altos custos operacionais da unidade. Eles alegam que há muitas dívidas trabalhistas, além de produzirem lâmpadas que o mercado não quer mais. “A empresa alega não ter como realizar novos investimentos ou adotar mudança no mix de produção. Eles preferem importar”, comentou.

O sindicalista destacou ainda que 15% dos 420 trabalhadores da unidade têm doenças ocupacionais, um dos motivos do alto passivo trabalhista de uma fábrica que já contou com 2 mil trabalhadores.

Confira alguns pontos da proposta negociada pelo Sindicato

– não desconto aos dias parados (26 de fevereiro a 7 de março);

– 1 salário ao trabalhador com até 6 anos de empresa;

– bônus de 6 salários nominais;

– contratação de empresa de consultoria para orientação profissional (carreira, novo emprego) custeada pela Philips e para quem desejar;

– concessão gratuita de cursos de requalificação profissional pelo Sesi e Senac;

– manutenção do nível do emprego dos 392 postos de trabalho (já descontado os 19 demitidos e os 6 que serão dispensados);

– novo acordo coletivo com relação ao medicamentos que hoje são concedidos pela Philips, com o pagamento de uma indenização calculada com base na média anual dos valores gastos em medicamentos nos últimos 3 anos (trabalhadores contaminados com o mercúrio). O valor da indenização será de 5 vezes o valor da média anual;

– continuidade da assistência médica por até 3 meses após a demissão do empregado inclusive para os 19 que já foram demitidos;

– apresentação ao sindicato dos cálculos das verbas rescisórias de cada empregado para conferência e homologação;

– celebração de acordo coletivo da PLR relativa ao 1º semestre/2010 condicionada ao cumprimento de metas. O pagamento será efetuado após o fechamento do semestre em data a ser definida no acordo.

Outras informações e entrevistas:

Cícero Martinha
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Por Andressa Besseler
Jornalista
Telefone:(11) 8315-2290