Mercado volta a ter saldo positivo após três meses
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O mercado de trabalho formal apresentou, em fevereiro, resultado positivo na geração de vagas depois de três meses seguidos de retração. O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que os números do emprego com carteira assinada, a serem divulgados hoje, deverão mostrar a criação de cerca de 20 mil postos no mês passado.
Apesar de positivo, o resultado de fevereiro será o pior para o mês desde 1999 -ano da desvalorização do real. “Será próximo disso [20 mil vagas]. Não mais de 20 mil”, disse Lupi, acrescentando que o resultado do emprego formal na indústria continuará negativo.
Na avaliação do ministro, o setor de serviços puxou a recuperação do mercado formal em fevereiro, principalmente o segmento de educação, com o retorno das férias escolares.
De acordo com Lupi, a indústria paulista apresenta maiores dificuldades de retomada nas contratações por conta dos elevados estoques que ainda não se esgotaram.
Tradicionalmente, o mercado de trabalho registra desempenho mais favorável em fevereiro na comparação com janeiro e dezembro. Neste ano, embora os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de fevereiro sejam melhores que os dos três meses anteriores, o resultado ficou muito abaixo dos números dos últimos anos.
Em fevereiro de 2008 -ano que começou com a promessa de ser o melhor na história do emprego formal-, o mercado gerou 204.963 postos com carteira assinada. Nos anos anteriores, o número de vagas criadas em fevereiro tem ficado, em geral, acima de 100 mil.
Em fevereiro de 1999, último ano em que houve saldo negativo de emprego no mês, houve perda de 78.030 postos de trabalho com carteira assinada.
De novembro de 2008 a janeiro deste ano, o mercado de trabalho formal apresentou resultados negativos, acumulando a perda de 797.515 postos de trabalho. Indústria de transformação, agropecuária e construção civil foram os setores mais afetados pela crise econômica.
Em janeiro deste ano, foram fechados 101 mil postos de trabalho no mercado formal, com o primeiro saldo negativo para o período no governo Lula.
Mesmo com os efeitos da crise, Lupi vem mantendo a projeção de geração de 1,5 milhão de postos formais neste ano (em 2008, foi de 1,452 milhão).