Folha SP
Projeto é alvo de críticas dos candidatos republicanos, mas só Mitt Romney apresentou uma contraproposta
LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
A Casa Branca anunciou ontem que pretende financiar parte dos US$ 447 bilhões necessários para bancar o plano de empregos do presidente Barack Obama com limitações às deduções no imposto dos mais ricos.
A ideia pode encurtar a sobrevida do projeto.
Empurrada por sua ala mais radical, o movimento Tea Party, a oposição republicana adotou como diretriz para as eleições de 2012 a ojeriza a qualquer aumento de imposto -mesmo que sob a forma de redução nas isenções atualmente em vigor.
O projeto de Obama, que também prevê a extensão de deduções para a classe média, deveria ser o foco do debate entre os candidatos da oposição na noite de ontem.
Dos oito principais pré-candidatos, só o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney apresentou sua contraproposta. Mas “mais emprego” é também o mantra do favorito, Rick Perry, governador do Texas.
Nos últimos dias, com a resposta hesitante do Partido Republicano, os pré-candidatos têm se mantido comedidos quanto ao plano. Ontem, porém, a Casa Branca provocou as primeiras reações exaltadas no partido.
“Eu espero que o presidente não esteja sugerindo que paguemos por essa proposta com um aumento maciço de impostos no fim de 2012”, afirmou o líder republicano na Câmara, Eric Cantor, segundo o “New York Times”.
Analistas econômicos têm criticado a atitude da oposição -mais radical do que a ação, no passado, de ícones republicanos como Ronald Reagan (1981-1989).
Já o público americano é mais leniente: segundo pesquisas que indicam que, para a maioria dos eleitores, seria justo subir os impostos.
A redução de impostos na folha de pagamento aos empregadores, proposta por Obama, é vista por empresários como insuficiente para estimular a contratação, e como anódina pelo público.