“Muita gente acha que o Primeiro de Maio é dia de festa. Porque os patrões tentam, ao longo das décadas, nos fazer esquecer que o Primeiro de Maio é uma data em que renovamos nosso propósito de continuar mobilizados a favor dos nossos interesses de classe. Fazemos festas, como a que a Força Sindical tradicionalmente promove no Campo de Bagatele em São Paulo, para mais de um milhão de trabalhadores. Mas não nos esquecemos da História. O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Centenas de trabalhadores foram massacrados.
Hoje, no Primeiro de Maio de 2010, 124 anos depois do massacre, as reivindicações continuam quase que as mesmas. Ainda queremos a redução da jornada, agora para 40 horas semanais. Ainda queremos mais salários, com a transferência de parte dos lucros das empresas para a massa salarial. Ainda queremos dignidade para nossas famílias, ambientes de trabalho seguros, diante das quase três mil mortes por acidentes de trabalho que registramos todos os anos. Porque os patrões não mudaram a sua virulenta sede de lucros, que buscam a qualquer custo. Sem se preocupar com a sociedade, com a reprodução da própria força de trabalho, com a distribuição de renda, que me lhoraria o próprio negócio. Por isso, a cada Primeiro de Maio, nós trabalhadores metalúrgicos, renovamos nosso espírito de lutas. A favor do Brasil, do futuro de nossos filhos, da busca continuada da Justiça Social. Estamos em festa mas estamos atentos. E se chegamos até aqui é porque provamos ao longo destes 124 anos que a classe trabalhadora brasileira e mundial não desiste nunca. E renovada, avança para construir o Brasil com a nossa cara”.
Artigo de Cícero Martinha, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Enviado por Andressa Besseler
Jornalista/Assessora de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá