Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Novas propostas dividem centrais sindicais

O debate sobre a flexibilização temporária do trabalho para evitar demissões em meio à crise divide opiniões. Enquanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) tem uma postura mais aberta ao diálogo, a Força Sindical resiste a qualquer mudança.

Já o “Comitê de Crise” da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) levará ao governo um pacote de propostas que contempla desde a suspensão temporária dos contratos de trabalho, como a redução da jornada e de salários, à diminuição de 50% no recolhimento dos impostos trabalhistas e o aumento do prazo do segurodesemprego para dez meses.

A questão, para Roberto Della Mana, vice-presidente e diretor sindical da Fiesp, é chegar a um acordo comum com o governo e as centrais sindicais: – Isso só pode ser feito de forma tripartite – disse.

Já Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp, disse que a flexibilização de jornada é uma possibilidade factível e oportuna neste momento:
– Vamos ter um período de redução do nível de emprego, é inevitável. E uma forma de se atenuar esse quadro é lançar mão de flexibilidade.

– Ninguém pensou em dividir os lucros quando a economia estava em um ótimo momento – disse João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical. – Agora a primeira coisa que pensam é em fazer o trabalhador pagar pela crise.

CUT quer redução de jornada sem corte de salário Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, disse que discutir flexibilização da CLT agora é como discutir legislação penal após um crime bárbaro: “não há clima”.

– Podemos falar em redução da jornada, talvez trabalhando menos no primeiro semestre e mais no segundo, sem reduzir salários – disse. (Vinicius Segalla, Lino Rodrigues e Ronaldo D´Ercole)