“Perante a tragédia ocorrida neste 1º de maio no edifício Wilton Paes de Almeida, onde viviam cerca de 150 famílias, no Largo do Paissandú, São Paulo, nós, dirigentes e trabalhadores metalúrgicos, prestamos solidariedade às famílias atingidas, com o compromisso de desde já fazer uma campanha emergencial nas fábricas e nos bairros para encaminhar aos desabrigados doações de alimentos não perecíveis, água potável, itens de higiene pessoal, roupas e calçados.
Fazemos questão de homenagear o Corpo de Bombeiros que trabalhou muito para evitar que a tragédia fosse ainda maior e que ainda procura por desaparecidos entre os escombros do desabamento do edifício ocorrido após um incêndio de grandes proporções.
Repudiamos, porém, aqueles que tentam criminalizar os movimentos de luta por moradia e os moradores sem-teto, taxando-os inclusive como bandidos e marginais.
A tragédia, antes de tudo, causou mortes e desalojou diversas pessoas e famílias.
Precisamos ter mais responsabilidade, humanidade e sensibilidade social neste momento e esperamos que os poderes públicos federal, estadual e municipal assumam suas responsabilidades e, em vez de permitir o avanço da especulação imobiliária, dediquem esforços, juntamente com os movimentos sociais idôneos, para acabar com o déficit habitacional e permitir que as populações carentes consigam moradias dignas e uma vida melhor.
Vamos, enfim, continuar a nossa luta de resistência para que o Brasil caminhe para frente na busca de soluções definitivas para os nossos sérios e persistentes problemas econômicos e sociais, incluindo o déficit habitacional, o desemprego, a falta de acesso a serviços públicos de qualidade, a pobreza, a miséria e o abandono social”.
Miguel Torres
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), vice-presidente da Força Sindical e líder do movimento Brasil Metalúrgico