O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse no SindMais que a trajetória de lutas e conquistas do movimento sindical para a classe trabalhadora foi igualmente importante para toda a sociedade brasileira, pois permitiu um equilíbrio entre o capital e o trabalho.
Miguel Torres, que também preside a CNTM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, participou do SindMais, nesta quinta, 31, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, no 3° painel, com o deputado federal Paulinho da Força e o presidente da CSB, Antônio Neto, com mediação do advogado Cristiano Vilela.
“Quem está atuando para destruir o movimento sindical pretende na verdade acabar com os direitos da classe trabalhadora”, diz Miguel Torres, criticando o congelamento por 20 anos dos investimentos em educação, saúde e pesquisa, a reforma trabalhista que precarizou as relações de trabalho e não gerou os empregos prometidos e as medidas que o atual governo tem adotado para dificultar as ações sindicais.
“Tentarão impor uma carteira verde e amarela, sem direito algum, destruir o poder normativo da justiça do trabalho e ampliar as maldades da reforma trabalhista”, diz Miguel Torres.
Para ele, o movimento sindical unificado tem agido com maturidade para enfrentar os atuais desafios e, neste sentido, é fundamental debater um novo modelo sindical, de forma ampla e democrática, principalmente para fazer um contraponto às propostas impositivas do governo e seus aliados conservadores.
“Foi com muita luta que conquistamos o 13° salário, a redução da jornada de trabalho e tantos outros direitos e benefícios. E hoje, mesmo com as enormes dificuldades, continuamos na luta por melhores condições de trabalho, mais salário e renda, geração de trabalho decente para todos. Pois para a classe trabalhadora só a luta faz a lei”, diz Miguel Torres.
Paulinho da Força explicou o trâmite no Congresso Nacional da PEC que, segundo o parlamentar, irá “modernizar a estrutura sindical, tirar o Estado da relação Capital e Trabalho e valorizar o sindicalismo representativo” e repudiou a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro que defendeu um novo AI-5 no País.
SindMais. Com apresentação da jornalista Carla Vilhena, também participaram como palestrantes: Ricardo Martins (vice-presidente da Anfavea), Sólon Cunha (professor da FGV e sócio do Mattos Filho Advogados), Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados), Raimundo Simão de Melo (procurador regional do Trabalho – aposentado), Sandra Lia Simón (subprocuradora-geral do Ministério Público do Trabalho), José Roberto Sodero (presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB- SP), Bernardo Appy (economista e autor de projeto de reforma tributária), Henrique Meirelles (secretário estadual da Fazenda de SP) e Tabata Amaral (deputada federal).
Também presentes o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Inocentini, e o representante da OIT no Brasil, Martin Hahn. O evento foi organizado pela Efettiva.
Texto: Val Gomes – Fotos: Alex Líder