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Nível de desemprego entre jovens no mundo bate recorde, aponta OIT

Assis Moreira | Valor Econômico

GENEBRA – O número de jovens desempregados atingiu um nível jamais visto, no rastro da crise econômica e financeira iniciada em 2007, e deve continuar aumentando este ano, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De 620 milhões de jovens economicamente ativos globalmente, com idade entre 15 e 24 anos, nada menos de 81 milhões estavam desempregados ao final de 2009. O volume é 7,8 milhões superior ao registrado em 2007, com a taxa recorde de desemprego passando de 11,9% a 13%.

O relatório ´Tendências Mundiais do Emprego de Jovens 2010´ prevê que a taxa pode declinar ´modestamente´ no ano que vem, mas sem representar uma recuperação significativa, já que a população jovem econômica ativa continua aumentando.

A entidade alerta para o risco de uma ´geração perdida´, formada por jovens em meio a inatividade prolongada, sem perspectiva de vida decente, formação deficiente, ao mesmo tempo em que cresce o custo de programas sociais nos orçamentos governamentais.

Nas economias emergentes, mesmo com a expansão e abertura de mais fábricas, os jovens, principalmente, as mulheres, seriam preteridos por empregados com experiência, segundo pesquisas da OIT.

Na América Latina, a taxa de jovens desempregados subiu de 14,3% para 16,1% entre 2008 e 2009. A crise aumentou o numero de pessoas com emprego vulnerável e no setor informal.

A OIT menciona estudo que aponta taxa de 19,8% de jovens na América Latina sem educação nem emprego (Neet, pela sigla em inglês). Outro estudo mostra que o desemprego é maior em 19% na media entre os jovens pobres do que os de classe média com a mesma idade na América Latina.

O recorde de desemprego ocorre na Europa ocidental e do leste. Globalmente, a OIT calcula que 152 milhões de jovens, 28% do total, mesmo trabalhando viviam em situação de extrema pobreza, ganhando menos de US$ 1,25 dólar por dia em 2008.

No total, juntando jovens e adultos, a crise econômica causaria a perda de 31,2 milhões de postos de trabalho entre 2007 e 2010, segundo a entidade.