Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Negociação salarial alemã eleva temor de inflação

Valor Econômico – Agências internacionais

O maior sindicato industrial da Alemanha está reivindicando um reajuste de 7% a 8% dos salários dos trabalhadores das indústrias do setor metalúrgico. O percentual é o mais alto dos últimos 16 anos e elevou o temor de alta da inflação.

O sindicato IG Metall deve iniciar negociações com representantes das empresas só depois de outubro. A associação empresarial alemã já indicou que não tem condições de atender à reivindicação, devido à queda das encomendas e à desaceleração das economias na Europa. Entre as empresas que serão alvo da reivindicação salarial para 2009 estão gigantes como ThyssenKrupp e Siemens.

O IG Metall argumenta que um aumento real de salários ajudaria a economia alemã, pois elevaria o poder de compra no país. Além disso, diz o sindicato, a expectativa é que produtividade no país cresça 1,5% em 2009, enquanto a inflação deve cair para 2,5%.

Os sindicalistas também argumenta que o reajuste é necessário para compensar os aumentos dos preços dos alimentos e da energia.

“Essa reivindicação leva em consideração a situação econômica como um todo e leva em consideração as expectativas dos trabalhadores”, afirmou ontem o presidente do IG Metall, Berthold Huber. O sindicato ameaçou realizar uma greve se seu pleito não for atendido até 31 de outubro, quando o acordo salarial em vigor chega ao fim.

O Banco Central Europeu se posicionou recentemente contra aumentos reais de salários, dizendo que reajustes agora poderiam elevar a inflação e provocar danos à economia. Nos 15 países que usam o euro como moeda, a inflação bateu um recorde em julho atingindo 4,1%.

No ano passado, o IG Metall pediu um reajuste de 6,5%, mas acabou fechando um acordo para um aumento de 4,1% e de 1,7% este ano. O sindicato, o maior do setor industrial na Alemanha (e na Europa) tem cerca de 3,2 milhões de filiados. Sua negociação em geral orienta a dos demais sindicatos.