“Já estamos no segundo semestre de 2010. É a hora da onça beber água, como já dizíamos nas nossas campanhas salariais desde a década de 80. Neste ano de 2010 temos a favor das nossas negociações salariais a expansão da economia que crescerá 7% ou mais até dezembro.
Temos o ano eleitoral que se define até novembro, com segundo turno das eleições. Temos a dedicação e a garra com que contribuímos para que as empresas para as quais trabalhamos pudessem aproveitar as condições favoráveis da economia mundial, em que o Brasil cresceu num ambiente ainda recessivo e sob o efeito da crise.
Ou seja, nossa hora é agora. Mas nós todos sabemos que os patrões estão sempre unidos pela cartilha do arrocho salarial apoiada na vergonhosa prática da rotatividade para reduzir a massa salarial e nas desculpas esfarrapadas, durante as negociações salariais, para tentar oferecer sempre o mínimo possível.
Mas também temos a nosso favor a atuação cada vez mais unitária e conjunta das centrais sindicais. Nos unimos em torno da valorização do salário mínimo. Nos unimos para a recuperação dos valores das aposentadorias. Estamos unidos a favor da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários.
E, agora, está em nossa pauta a união de todas as centrais sindicais em torno das negociações coletivas. Vamos mobilizar as principais categorias como metalúrgicos, petroleiros, bancários, eletricitários e químicos. E exigir reposição da inflação e recuperação dos valores salariais.
Para conter a rotatividade covarde, em que os empresários demitem para reduzir a massa salarial, rebaixando continuamente os nossos ganhos, vamos a incluir nas nossas pautas e nas ações dentro do Congresso Nacional que o Brasil assine a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Queremos civilizar as relações entre capital e trabalho e é cada vez mais inadimissível que os patrões tenham, unilateralmente, o poder de demitir quem quiser. Nossas centrais sindicais e seus sindicatos filiados vão participar das negociações, verificar se as demissões se justificam e só, então, aceitar ou não que nosso companheiro ou companheira seja desligado.
Por isso, a mobilização é determinante para a gente sustentar as campanhas salariais deste ano e reforçar as ações da Força Sindical e das demais centrais sindicais, para garantir a unidade na ação que será, com certeza, vitoriosa”.
Cícero Martinha
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá