Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ministério do Trabalho confirma cárcere privado na Usiminas

Jaélcio Santana

Luiz Carlos Miranda, presidente do Sindipa
e secretário de relações públicas da CNTM

Após denúncia, órgão encontra trabalhadores em condições desumanas

Dezenas de metalúrgicos que trabalham nos altos fornos 1 e 2 da Usiminas ligaram para  central de denúncias do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga – Sindipa, na manhã desta quarta-feira, 17, alegando estarem sendo mantidos em cárcere privado na área da empresa, visto que haviam começado sua respectiva jornada de trabalho às 22:00 horas do dia 16 de março e foram obrigados a permanecer as atividades até o dia seguinte, trabalhando por mais de 12 horas sem interrupção.

Após apuração da denúncia, o Sindipa informou o ocorrido ao Ministério do Trabalho, solicitando providências urgentes. Desta forma, o representante do órgão foi até a área interna da siderúrgica e flagrou as péssimas condições de trabalho, com metalúrgicos desgastados, sem alimentação e muitos realizavam tarefas foras de suas funções, o que é proibido por Lei. Assim, o Ministério do Trabalho está notificando a Usiminas e a empresa Brasileira de Engenharia e Construções – Ebec.

De acordo com o presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda, a entidade já havia protocolado, junto à Procuradoria Regional do Trabalho e ao ilustre membro do MPT, Adolfo Jacob, denúncias acerca da terceirização ilícita que vêm ocorrendo na substituição de mão-de-obra para operar os altos fornos da Usiminas, através da empresa Ebec.

“A atual administração da Usiminas visa apenas o lucro fácil através da exploração, estamos denunciando este e outros abusos há algum tempo e agora a bomba estourou, comprovando que os trabalhadores são escravizados por este novo jeito de ser Usiminas”, afirmou. Ainda de acordo com o sindicalista, o fato é reflexo das mais de 2.500 demissões feitas pela siderúrgica no ano passado. “Demitiram tantos profissionais competentes com a desculpa de crise que agora falta trabalhadores e sobra este abusivo excesso de horas extras”.

O Sindipa repudia a atitude da Usiminas e continuará fiscalizando e denunciando toda e qualquer atitude que fira os direitos da categoria e, principalmente, aquelas que prejudiquem a saúde física e psicológica dos trabalhadores.

Por CRISTIANO MAGALHÃES
Assessoria de Comunicação Social
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE IPATINGA
www.sindipa.org.br