Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Construção Pesada

Miguel Torres negociou em favor dos operários de Suape

Jornal Diário do Comércio de Pernambuco
Juliana Cavalcanti 

Parte dos operários retorna ao trabalho na refinaria
Chefias imediatas estão ordenando que operários que compareceram só retornem ao trabalho na próxima segunda (13). Hoje à tarde (9) haverá reunião entre líderes sindicais e vice-governador, João Lyra Neto

Menos da metade dos funcionários da obra da Refinaria Abreu e Lima compareceram para trabalhar hoje de manhã. Segundo informações dos operários que foram cumprir expediente, as chefias imediatas estão ordenando que os funcionários retornem para casa e só compareçam ao canteiro de obras na próxima segunda-feira (13/08).Entre os que deixaram o canteiro de obras era evidente o medo da retomada da violência, como ocorreu na quarta-feira (08).

Hoje à tarde (9), às 14h30, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada (Sintepav), Aldo Amaral, vão se reunir com o vice-governador, João Lyra Neto, para discutir a situação dos operários da construção pesada de Suape.

Ontem, depois de assembleia para comunicação da ilegalidade da greve e da determinação para que voltassem ao trabalho, um grupo de operários iniciou um tumulto – com apedrejamento do carro de som do sindicato e incêndio de quatro ônibus das empreiteiras responsáveis pela construção da refinaria. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter o tumulto.

O clima na obra da refinaria e da Petroquímica Suape tem sido tenso nos últimos dias, depois da aprovação do acordo coletivo da categoria, em assembleia realizada no dia 27 de julho. Parte dos operários, mobilizados através de panfletos anônimos, iniciaram uma paralisação que resultou na deflagração de uma greve, no dia 1º de agosto.

Após ser acionada pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), a Justiça decretou a ilegalidade da greve, com desconto dos dias parados e determinou o retorno ao trabalho para ontem (quarta, 08/08). Segundo a decisão judicial, fica valendo como dissídio o acordo firmado e aprovado no dia 27 de agosto. Os trabalhadores terão, entre outros pontos, reajuste de 10,5%, equiparação salarial entre operários de diferentes empresas e funções semelhantes e vale-alimentação de R$ 260.

* Com informações de Hugo Bispo