Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Metalúrgicos de São Paulo preparam-se para buscar aumento real

Jaélcio Santana

Presidente Miguel Torres alertou trabalhadores para os desafios

Na assembleia preparatória da Campanha Salarial 2011, realizada na noite de sexta-feira (1/7), no Palácio do Trabalhador, na Liberdade, o presidente do Sindicato, Miguel Torres, alertou os cerca de 400 delegados sindicais presentes sobre “o que está sendo armado contra os trabalhadores neste segundo semestre”, data-base de categorias combativas como metalúrgicos, bancários, petroleiros e alimentação, entre outras.

“Além de fazerem o discurso de que aumento real de salário aumenta a inflação, estão alardeando a preocupação com as taxas de desemprego baixas, renda do trabalhador em alta, a série de dissídios programados para o segundo semestre, além do reajuste do salário mínimo programado para o próximo ano, que pode chegar a 14%”, esclarece Miguel Torres.

Na prática, disse Miguel, “querem enfraquecer as campanhas e jogar os reajustes salariais pra baixo”.

Novas cláusulas

Nem por isso os metalúrgicos vão deixar de buscar aumento real de salário (acima da inflação), além de cláusulas novas, como inclusão digital, vale-cultura, redução da jornada de trabalho, fim do teto para os reajustes salariais, ampliação dos acordos de PLR, vacinação, medidas contra o assédio moral e sexual nas fábricas, garantias à mulher trabalhadora e garantias sindicais, entre outras.

A assembleia discutiu com seriedade os desafios a enfrentar até a data-base, 1º de novembro, e aprovou as mobilizações da Jornada Nacional de Luta, organizada pelas centrais Força Sindical, UGT, CTB, Nova  Central e CGTB, que terá manifestações em todas as regiões do País.

A Pauta Trabalhista tem como bandeiras a jornada de 40h semanais, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da terceirização e a ratificação das convenções 158 e 151 pelo Congresso Nacional.

Paralisação dia 3 de agosto
A jornada começa com a manifestação dos trabalhadores da região centro-oeste do País, dia 6, em Brasília. “Vamos pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto das 40h”, disse Miguel.

A Jornada de Luta vai culminar com uma grande manifestação no dia 3 de agosto, em São Paulo, quando as centrais esperam reunir cerca de cem mil trabalhadores.

O secretário-geral da Força Sindical, Juruna, disse que há muitas questões nacionais em jogo, como o aumento do salário mínimo em janeiro de 2012, a questão das 40h, o orçamento nacional da educação, as importações que estão provocando a desindustrialização e provocando desemprego. “Somos chamados a assumir esse compromisso de unidade em defesa das nossas bandeiras”, disse.

O secretário-geral do Sindicato, Arakém, reforçou que “é com organização e luta que vamos conquistar nossos ideais”.

Participação
A diretora financeira, Elza Pereira, lembrou que a vitória na campanha salarial vai beneficiar 700 mil metalúrgicos no Estado, além do fato de as conquistas da categoria servirem de referência para outras categorias.

“Estamos trabalhando arduamente para vencer esta luta, mas esperamos bons resultados com a participação de todos”, disse.

O vice-presidente Tadeu Morais disse que os metalúrgicos têm uma responsabilidade dobrada e que “vamos, mesmo contra os economistas, a imprensa e os empresários, conquistar nosso aumento salarial e nossas bandeiras”.

Segurança e Saúde
Outro assunto da assembleia foi a questão da segurança e saúde nas fábricas. O diretor Luisinho defendeu a inclusão, na pauta de reivindicações, de cláusula para garantir que a presidência da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) seja exercida pelos trabalhadores, e não mais pelo representante do patrão, como é hoje.

Luisinho é representante da Força Sindical na Comissão de Saúde do Ministério do Trabalho, e defendeu na reunião do órgão que essa questão seja incluída na Norma Regulamentadora nº 5, que trata de segurança e saúde.

A diretora Leninha, responsável pelo Departamento da Mulher do Sindicato, ressaltou a necessidade de se incorporar cada vez mais as companheiras na luta sindical. E aproveitou para convocar as mulheres para um encontro no dia 22 de julho, no Sindicato, para discutir a organização do departamento.

Concluindo, Miguel Torres disse que “estamos antecipando nossa organização, diante do ataque que estão preparando contra os salários. Mas vamos dar o tom do crescimento desse país”, afirmou.

Por Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
www.metalurgicos.org.br