Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de Piracicaba/SP

Metalúrgicos de Piracicaba param por redução da jornada, contra o PL da terceirização e fim do fator previdenciário

Mateus Medeiros

O Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba paralisou hoje (20) as empresas General Chains, Multi, Projelpi e Turbimaq. O ato, que aconteceu das 6 às 7h30, reafirmou as lutas da classe trabalhadora pela redução da jornada de trabalho, contra o Projeto de Lei que pretende ampliar as terceirizações, pelo fim do Fator Previdenciário e foi ponto de partida para a Campanha Salarial 2013.

Para José Luiz Ribeiro, presidente do Sindicato e vereador em Piracicaba, “temos que avançar e ao mesmo tempo preservar os direitos dos trabalhadores. Só com união, mobilização e pressão é que vamos conseguir dialogar com o Governo e barrar projetos insanos como o da terceirização nas atividades-fim”, destacou.

Redução da Jornada – Luta histórica, base do surgimento do 1º de maio no mundo, a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial, é pauta sistemática em todos os atos do Sindicato. “Estudos apontam que é viável a redução da jornada, o que geraria uma imensa melhora na qualidade de vida dos trabalhadores”, destaca José Luiz Ribeiro, presidente do Sindicato e vereador em Piracicaba.

PL da Terceirização – O Projeto de Lei 4330/2004, que tramita no Congresso Nacional e que pretende ampliar a terceirização, representa uma afronta para a classe trabalhadora brasileira e o movimento sindical.

Em tramitação no Congresso Nacional, o PL 4330, apresentado pelo Deputado e empresário Sandro Mabel visa a terceirização das atividades-meio até às atividades-fim. Ou seja, nas atividades preponderantes de cada setor chegando diretamente na linha de produção.

A terceirização nas atividades-fim, se se tornar Lei no Brasil, arrebentará com os direitos trabalhistas, criando uma subcategoria de trabalhadores sem direito a PLR, Fundo de Garantia, 13º salário, dentre outros benefícios que foram conquistados ao longo de décadas de lutas.

Estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) comprovam que, em comparação com os contratados diretos, o trabalhador terceirizado permanece menos tempo no emprego (2,6 anos a menos), tem jornada de três horas a mais, recebe 27% a menos e sofre mais acidentes.

Além disso, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os terceirizados recebem em média 54% do salário de um contratado direto.

Este projeto permitirá que uma empresa terceirizada possa contratar outra empresa. Será a quarteirização, com exploração quadriplicada.

José Luiz Ribeiro alerta: “Se esse projeto passar, retrocederemos 80 anos quanto às conquistas do movimento sindical brasileiro. Será uma derrota sem precedentes”.

Fator previdenciário – A paralisação também reafirmou a questão do fim do Fator Previdenciário, que representa um ponto muito desconfortante para a classe trabalhadora brasileira. O Fator, instituído no governo Fernando Henrique Cardoso, achata os ganhos dos trabalhadores em até 40% no momento de sua aposentadoria.

Campanha Salarial – O ato também representou o lançamento da Campanha Salarial da categoria metalúrgica, como data-base em 1º de novembro. A luta é por reposição das perdas inflacionárias, aumento real, trabalho decente, contra as terceirizações e a precarização do trabalho.

Em Piracicaba, à exceção de duas empresas, Delphi e Wahler, que são atreladas ao Grupo Sindipeças, as negociações do Sindicato de Piracicaba são realizadas diretamente com o Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânica, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Rio das Pedras e Saltinho).


Por RICARDO FLAITT, Alemão / Celular: (19) 9688.0432
Assessor de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba

 

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