Copom decide Selic na quarta; sai PIB dos EUA do 1º trimestre
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As atenções do mercado doméstico nesta semana vão se concentrar na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontece amanhã e quarta. É aguardado o início do ciclo de altas da taxa básica Selic, que hoje está em 8,75%.
O boletim Focus, a ser apresentado hoje, poderá trazer novas revisões para o futuro da Selic. Na semana passada, o Focus mostrou que o mercado passou a confiar em uma Selic de 11,50% no fim de 2010, ante 11,25% do boletim anterior.
Existe um consenso entre os analistas de que, desta vez, não haverá mais como o Banco Central postergar o início das altas, pois a inflação já atingiu patamares preocupantes.
O mercado está posicionado à espera de uma elevação de 0,50 ponto ou 0,75 ponto percentual na taxa básica. Mas há quem chegue a levantar a possibilidade de o BC elevar a Selic em um ponto percentual, para 9,75%, como forma de sinalizar que está atento e preocupado com a escalada dos preços.
E, já que a inflação está na mira, na quinta-feira a FGV apresenta o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de abril, um retrato da evolução geral dos preços da economia.
Segundo o relatório de perspectivas econômicas do Banco Santander, o impacto do reajuste nos preços do minério de ferro, que pode chegar a ser de 90%, tende a pressionar os indicadores inflacionários.
Ainda na quinta os investidores poderão acompanhar a pesquisa mensal de emprego, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referente ao mês de março. A expectativa é de elevação no indicador, mostrando que a economia está gerando novos postos de trabalho.
Na sexta-feira, o Banco Central reporta a nota de política fiscal do mês de março, que revelará os gastos públicos realizados durante o período.
Internacional
Dos dados internacionais, os investidores ficam atentos à divulgação da primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, na sexta, bem como para a reunião do Fed (banco central americano), com a decisão acerca da taxa básica do país, na quarta.
Analistas dizem acreditar que o PIB irá apresentar um bom resultado, indicando recuperação da atividade econômica. O mercado projeta crescimento de 3,4% no PIB dos EUA no primeiro trimestre.
A taxa básica de juros americana deve ser mantida na atual faixa entre zero e 0,25% anuais. O mercado espera por novidades no comunicado que o Fed apresentará após a reunião.
Serão divulgados ainda os indicadores de custo da mão de obra nos EUA, importante para a avaliação da pressão inflacionária no país.
Na zona do euro, saem os dados de confiança de empresários e consumidores, na quinta-feira, que, de acordo com os analistas financeiros, tendem a seguir melhorando.
No dia seguinte, são divulgados os índices de desemprego e, nesse caso, a expectativa não é positiva. O mercado espera que a taxa permaneça na curva de alta, assim como aguardam que a inflação na Europa se acelere em abril com relação à março.
No Japão, o banco central japonês realiza reunião de política monetária, com definição da taxa básica de juro do país, na sexta-feira. Analistas apontam para uma manutenção da taxa atual, de 0,1% ao ano. O mercado começa a se preocupar com a situação delicada do país asiático, com estagnação nas vendas no varejo e na produção industrial, além das variações negativas registradas nos índices de preços.