Pela proposta, dispensados do alistamento militar seriam enviados para o interior do País; mulheres também participariam
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, defende serviço social obrigatório por um ano para jovens de 18 anos, mulheres inclusive, que não servirem às Forças Armadas. Ele quer que os jovens conheçam a realidade do País.
O ministro defendeu ontem que os jovens de 18 anos que forem dispensados do serviço militar obrigatório sejam enviados ao interior do País, para serem aproveitados no serviço social obrigatório. A idéia faz parte do Plano Nacional de Defesa, elaborado por Mangabeira e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Se o jovem dispensado do alistamento militar estiver fazendo curso superior, ele seria encaminhado para algum trabalho em sua área de atuação.
“O jovem que está iniciando uma formação universitária vai trabalhar de acordo com seu ramo. Por exemplo, um arquiteto vai ajudar a construir casas populares. Um engenheiro vai ajudar a fazer saneamento básico. Se não tiver o terceiro grau, vai receber a educação complementar para poder engajar-se”, explicou Mangabeira.
Esse jovem seria capacitado militarmente para compor uma “força de reserva mobilizável”, a ser utilizado em casos de necessidade. Mangabeira espera que, dessa forma, o adolescente conheça melhor a realidade de seu País, conviva com seus problemas e trabalhe com pessoas de classes sociais diferentes.
Segundo ele, nesse sistema, até as mulheres seriam obrigadas a servir. Para o professor Gilberto Garcia, presidente do Conselho de Reitores das Universidades, a idéia é boa, mas há uma preocupação sobre os custos envolvidos na proposta.
“Se [esses serviços] pudessem se casar com os programas sociais que as universidade já têm seria ótimo, porque baixaria os custos para o Governo e para as universidades” sugeriu. (Fonte: O Globo)