Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Mais setores vão ter ajuda contra a crise

As centrais sindicais acertaram ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a estratégia de adoção de medidas diferenciadas por setor para ajudar no enfrentamento da crise financeira e no combate ao desemprego. Um grupo de ministros foi encarregado de discutir com empresários e com sindicalistas os problemas específicos de cada setor e definir ações localizadas. A indústria de alimentação foi escolhida para inaugurar a nova metodologia e deverá será assunto da primeira reunião, na semana que vem.

“A crise é setorial e atinge os setores de maneiras diferentes, como foi na metalurgia, nas montadoras, e agora está profunda na alimentação”, disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. “Ficou acertado que vamos reunir empresários e trabalhadores e ver quais medidas o governo pode adotar imediatamente, sem discursos, mas com ações”, completou, após se reunir com o presidente Lula e os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, do Trabalho, Carlos Lupi, do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e da Secretaria Geral, Luiz Dulci.

Os dirigentes sindicais se uniram para rejeitar a ideia de redução temporária dos encargos trabalhistas sobre a folha de salário para empresários que se comprometessem a não demitir. A proposta estava sendo elaborada pelo Ministério da Fazenda e previa reduções da cota patronal de 20% sobre a folha para a Previdência e da alíquota de 8% sobre salários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“As centrais rejeitaram mexer com os direitos trabalhistas em um momento de crise, porque queremos proteger empregos, mas antes de tudo queremos manter a renda dos trabalhadores”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique Silva. Segundo os sindicalistas, o presidente Lula mandou “enterrar” o assunto.

No setor de alimentação, por exemplo, os sindicalistas destacaram ontem os problemas das médias e pequenas empresas do setor de abate de frangos, que emprega 3,6 mil pessoas. O presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação do Estado de São Paulo, Melquíades Araújo, relatou que, por causa da queda nas exportações, essas empresas “inundaram” o mercado interno com a produção e os preços desabaram. “E a demora na liberação de crédito dificulta ainda mais a situação e temos frangos morrendo nas granjas.”