Jamil Chade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai defender hoje, na reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, que os interesses dos trabalhadores sejam incorporados às decisões do G-20, grupo que inclui os países ricos e os emergentes. Lula alega que o trabalhador é a principal “vítimas” da recessão.
O encontro da OIT, chamado de Cúpula contra o Desemprego, que começa hoje, vai alertar que o mundo pode precisar de quase uma década para retornar às taxas de desemprego pré-crise. Por isso, vai debater medidas para superar o risco de demissões em massa. Segundo a OIT, o número de novos desempregados entre 2007 e 2009 pode chegar a 59 milhões de pessoas.
O discurso de Lula, na comemoração dos 90 anos da OIT, defenderá que não é o momento de flexibilizar os direitos do trabalho. Segundo o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, Lula e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ainda irão convidar a OIT para fazer parte do G -20.
Para Juan Somavia, diretor da OIT, está na hora de as políticas governamentais de socorro aos setores mais afetados pela crise serem “reposicionadas para gerar empregos”. Para ele, apenas dinheiro público não dará uma resposta à crise do desemprego.
Somavia alerta que o corte de impostos só não basta. A classe média pouparia, enquanto para os mais pobres a redução não faria diferença, disse ele.