Ana Magalhães e Folha de S.Paulo
do Agora
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu ontem reajuste de 7,72%, retroativo a janeiro, para os aposentados e pensionistas do INSS que ganham mais do que um salário mínimo (R$ 510, hoje). O aumento também vale para quem recebe auxílios. O presidente, porém, vetou o fim do fator previdenciário –índice que reduz o benefício de quem se aposenta mais jovem. As duas medidas foram aprovadas pelo Congresso.
A decisão saiu ontem após mais de três horas de reunião do presidente com os ministros Guido Mantega (Fazenda), Carlos Gabas (Previdência), Paulo Bernardo (Planejamento) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O governo deu em janeiro reajuste de 6,14%, que equivale a um ganho real (sem a inflação) de 50% do índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2008 (2,5%). O reajuste de 7,72% dá um ganho real equivalente a 80% do índice de crescimento do PIB e traz para o governo um gasto extra de R$ 1,6 bilhão. O novo valor será pago em agosto. Os aposentados beneficiados representam 6% do eleitorado do país.
Veja novo valor de benefício a partir de agosto
O reajuste de 7,72% para aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo, sancionado ontem pelo presidente Lula, vai representar um aumento de até R$ 50,86 mensais no valor do benefício. Como o ganho é retroativo a janeiro, os atrasados podem chegar a R$ 305,15. Esses valores foram calculados para quem ganha, atualmente, o teto previdenciário (R$ 3.416,54). Com o novo aumento, o maior pagamento da Previdência Social passará a ser de R$ 3.467,40.
De acordo com o ministério da Previdência, existem cerca de 8,3 milhões de aposentados que ganham mais que o mínimo e que serão beneficiados com o aumento. Ao todo, 27 milhões de brasileiros recebem benefícios do INSS.