Concentração de fábricas de alimentos e bebidas, segmento que liderou em cortes na indústria, ajuda a explicar resultado
No Estado de SP, onde foram eliminados 285,5 mil postos de trabalho em dezembro, região metropolitana registrou 63 mil dispensas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dados do Ministério do Trabalho mostram que o fechamento de postos de trabalho formais foi maior no interior do que em regiões metropolitanas no final do ano passado. Apenas 20% das demissões foram nas áreas metropolitanas.
Em São Paulo, Estado recordista em queda do emprego com carteira assinada em dezembro, o saldo de demissões foi de 285,5 mil. Na Grande São Paulo, foram demitidos 63.241 trabalhadores (22%) que tinham carteira assinada.
O mesmo ocorreu em Minas Gerais, segundo colocado na lista dos Estados que mais demitiram. Foram extintas 88 mil vagas, mas a região metropolitana de Belo Horizonte concentrou demissões de 21.059 trabalhadores com carteira assinada, cerca de um quarto do resultado de todo o Estado.
A principal justificativa para o pior resultado no interior é a concentração de fábricas de alimentos e bebidas, que mais fecharam vagas entre todos os subsetores da indústria em dezembro. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, explicou que os que mais demitiram na área de alimentos e bebidas foram as empresas que fabricam suco de laranja e a indústria sucroalcooleira. Estes são dois fortes setores econômicos instalados no interior de São Paulo.
O saldo de postos de trabalho formais extintos em todas as regiões metropolitanas do país foi de 132,3 mil (20%) em dezembro, contra o saldo negativo de 654,9 mil em todo o país. No ano, a geração de empregos formais nas regiões metropolitanas se manteve positiva em 679,1 mil vagas.
Curitiba é a terceira colocada entre as regiões metropolitanas com maior fechamento de empregos formais. Em dezembro, foram extintos 13,3 mil postos na região. O Paraná também foi o terceiro colocado entre os Estados com mais demissões. Foram 49,8 mil postos com carteira assinada a menos.
A região metropolitana do Rio de Janeiro (capital e baixada fluminense) aparece em quarta colocada na lista das cinco maiores ondas de demissão do país (com 10,9 mil vagas extintas). Como no interior o desemprego foi menor em dezembro, o Estado do Rio não está entre os cinco que mais demitiram no mês, apesar de terem sido registradas 19,3 mil vagas formais a menos.