Fed definirá taxa nos EUA; no Brasil, sai a ata do Copom
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a redução dos juros mais forte que a esperada pela maioria dos investidores, a ata da reunião do Copom da semana passada, que vai ser divulgada na quinta-feira, vai estar no centro das atenções do mercado doméstico. A semana também trará a decisão do banco central dos Estados Unidos para a taxa de juros do país.
Na quarta-feira, o Fomc (comitê do BC dos EUA que define os juros) vai se reunir e anunciar como ficam os juros na maior economia do mundo. A expectativa é que a taxa seja mantida no atual patamar. Em seu último encontro, o Fomc decidiu colocar sua taxa em uma banda entre 0% e 0,25%.
Já o Copom (Comitê de Política Monetária do BC brasileiro) reduziu sua taxa básica, a Selic, de 13,75% para 12,75% anuais. A maioria do mercado esperava que os juros fossem cortados para 13%. Com essa decisão mais ousada por parte do Copom, é grande a expectativa em torno da ata do encontro, a ser conhecida na quinta, que trará explicações sobre a decisão e, possivelmente, sinais sobre o futuro da Selic.
Para a Bolsa de Valores, uma boa notícia será a sinalização de que os juros ainda vão recuar bastante durante o ano. Isso porque, quanto menores os juros, maiores as possibilidades de os investidores aceitarem correr riscos -como o representado pelo mercado de ações- para tentarem retornos mais interessantes.
“O Copom deu início ao processo de flexibilização da política monetária, alertando, entretanto, que considera que o passo inicial representa parte relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta para a inflação”, diz Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
“Ao iniciar o processo de alívio monetário com um corte mais ousado, acima da aposta majoritária do mercado, o Copom sinaliza sua maior preocupação com a forte desaceleração da atividade econômica”, completa o economista.
A agenda semanal estará carregada de dados econômicos, com destaque para os EUA.
Hoje haverá a divulgação do índice de atividade do Fed (banco central dos EUA) regional de Chicago, relativo a dezembro. O dia também conta com os dados de vendas de imóveis usados e os indicadores econômicos antecedentes -que costumam ser acompanhados de perto por analistas e investidores.
Amanhã haverá os indicadores de confiança do consumidor americano e o índice que mede o desempenho do setor manufatureiro, levantado pelo Fed de Richmond.
Na quinta-feira vão ser conhecidos nos EUA os números de encomendas de bens duráveis, os novos pedidos de seguro-desemprego e as vendas de imóveis novos.
A semana fecha com a divulgação da primeira prévia do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no 4º trimestre de 2008.
No Brasil, além da ata do Copom, será relevante a divulgação de índices de inflação. Se os dados continuarem mostrando arrefecimento dos índices de preços, o Copom tende a manter o ciclo de cortes da taxa básica de juros brasileira.
Os dados do IPC da Fipe da terceira quadrissemana de janeiro vão ser apresentados amanhã. O mercado projeta que o índice mostre elevação de 0,38%. Na quinta-feira, será a vez de o IGP-M de janeiro, medido pela FGV, ser apresentado. A expectativa é que o índice apresente deflação de 0,40%.
Por ser o primeiro a ser conhecido, o IGP-M é relevante por indicar os rumos da inflação brasileira no mês.