Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria paulista demite 34 mil em novembro



APENAS 2.000 TRABALHADORES FORAM DEMITIDOS NO MESMO MÊS DO ANO PASSADO; AUMENTO NO DESEMPREGO FOI SENTIDO EM QUASE TODOS OS SETORES

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciou ontem uma redução de 34 mil postos de trabalho em São Paulo em novembro, contra apenas 2.000 demissões registradas no mesmo mês de 2007.

Segundo a Fiesp, a queda do nível de emprego costuma ocorrer em novembro e, principalmente, em dezembro, especialmente no setor de açúcar e álcool, que demite quase todos os trabalhadores. Neste ano, porém, as maiores altas foram registradas em outras áreas, como as ligadas ao setor automobilístico.

Em novembro, foi registrada uma queda de 0,37% nos postos de trabalho no setor de álcool e açúcar, enquanto nos outros a queda foi de 1,09%. Isso significa que 25.435 empregos foram eliminados em todos os setores (exceto o açucareiro, que registrou perda de 8.565 postos). Esse seria, para a Fiesp, o principal indício de que a crise já se tornou realidade no país.

Os setores que mais demitiram foram os de artigos de couro e calçados (redução de 3,3% nos postos de trabalho) e de borracha e plástico, ligado ao setor automobilístico (queda de 2,78%).

Dezembro

Com esse cenário, a perspectiva para o resultado do nível de emprego em 2008 também mudou. Antes, era esperado um aumento de até 3% no número de vagas; agora, a aposta é que não passe de 1,5%. Se isso se confirmar, deverá ser registrada uma queda de até 80 mil vagas neste mês. Em dezembro do ano passado, foram fechados 76 mil postos de trabalho.

Além disso, a queda nos empregos já pôde ser sentida em quase todos os setores pesquisados pela federação, o que seria mais um indício dos efeitos da crise econômica.

Entre as 21 áreas que fazem parte da pesquisa, 14 tiveram desempenho negativo, duas permaneceram estáveis e apenas cinco registraram um resultado positivo.

Na contramão dessa tendência estão as áreas de máquinas e equipamentos de informática, com alta de 1,82%, e de produtos químicos, que subiu 0,36%.

(Bruno Saia)